terça-feira, maio 21, 2024

Os cépticos e os crédulos querem sempre coisas diferentes...


Nunca fui crédulo, nem mesmo nos meus tempos de criança (nunca me esqueço da visita em família ao "Bom Jesus do Carvalhal", um Santuário em que tentavam dar vida a uma figura de madeira, desproporcionada -  até acontecera o "milagre" de lhe crescer a barba, graças a um sacristão solicito à fé e às necessidades religiosas -, e disse à minha Avó que aquele era um boneco de madeira, provocando um "escândalo" daqueles... devia ter sete ou oito anos).

Desde então, fui alimentando a ideia de que os milagres dependem apenas de nós, de querermos acreditar ou não, das coisas estranhas ou pouco normais que nos rodeiam (talvez também por ter a "sorte" de nunca ter sido espectador de nada próximo de um milagre).

Pensei nisto porque ao fazer o zapping do costume, reparei que tinha dado o filme "Fátima" (na imagem aparecia a Rita Blanco e pensei que se tratava da fita de João Canijo, mas não, era outra sobre a irmã Lúcia e os pastorinhos. Poucos minutos depois mudei de canal, porque aquele não era o meu género de ficção preferida. 

A SIC também está a transmitir uma telenovela que se passa nos Açores, que se chama "Senhora do Mar". Já vi um ou outro episódio e percebi, que como costuma acontecer nestes episódios, eles são exploradas e aproveitados, pelas pessoas do costume, que "se acham mais espertas que os outros" e que são bons a explorar as fragilidades.

E claro, fiquei a pensar que os cépticos (como eu...) e os crédulos, querem sempre coisas diferentes...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


6 comentários:

  1. Sempre há um qualquer credo... não são assim tão diferentes.

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    1. Essa é boa, José.

      Calculo que o "cepticismo" seja o credo dos que estão mais próximos do S. Tomé. :)

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  2. Não é a vida em si um milagre?! Ah, és cético... não acreditas. : )

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    1. Se olharmos para as coisas nessa perspectiva, tudo é um milagre, Catarina.

      Perde-se a "excepcionalidade" da coisa. :)

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  3. Vivendo em Fátima há 55 anos tentei a todo o custo ser crente mas cada vez estou mais céptica.
    Estou rodeada de gente crente mas penso que, na sua maioria, são-no por tradição, por apego familiar.

    Abraço

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    1. É normal Rosa.

      Todo o comércio e materialismo é "milagroso" (e nem vou falar do alimento da ficção) apenas para quem faz disso a sua vida.

      A Senhora de Fátima bem podia fazer-lhes sentir, que uma coisa é uma coisa e que outra coisa é outra coisa. :)

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