Claro que nem sempre o conseguem. Existe sempre o perigo de ficarem reféns de um corporativismo demasiado conservador, como acontece com a Ordem dos Médicos, que além de defender os seus pares quase até à exaustão, limita bastante a entrada de novos elementos à profissão.
Talvez seja por exemplos como este, que nunca se chegou a um consenso sobre a existência de uma Ordem de Jornalistas, e ainda bem. Na minha opinião seria mais um obstáculo à liberdade de informação (já bastam as entidades patronais para controlarem e escolherem os "jornalistas bons" e os "jornalistas maus"...).
Lá estou eu a "caminhar" para outras bandas...
O que eu queria era falar no mundo da música, que parece ser o menos regulado das "culturas" (parece...), dos muitos cantores que nunca entrariam em qualquer programa do género de "ídolos" ou "chuva de estrelas" e que andam por esse país fora a fingir que sabem cantar, escondidos atrás da mesma cassete (sim, parece que cantam todos com a mesma música de fundo...). Quando veio à baila a falta de qualidade da maior parte dos visitantes dos programas de fins de semana televisivos, o Tó exclamou que devia haver uma entidade (disse a palavra "Ordem" e tudo...), com força e capacidade para excluir da profissão todos aqueles que nem sequer deviam cantar durante o banho.
O Rui contrariou-o de imediato, dizendo: «Não te metas nisso. As ordens são instituições com um travo fascista.» E continuou. «Sabes o que é que ia acontecer? Só entravam na profissão quem eles queriam, o que não quer dizer que fossem os melhores. Parece que não conhecer este país de merda, infestado de cunhas por tudo o que é sitio.»
E lá tivemos de dar razão ao Rui. Ou seja a ideia de uma entidade reguladora nas canções podia ser muito boa, mas não no nosso país...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Desde que me lembro sempre fomos um país de cunhas.
ResponderEliminarAbraço e saúde
E o "sistema" não nos deixa sair de lá, Elvira...
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