Há dois portugueses que defendo mais vezes do que queria (provocam tanto desamor...). E não o faço por já não estarem cá para se defenderem. Faço-o porque na minha opinião são duas das principais referências da nossa cultura do século XX.
Mas o que é mais bizarro, é que muitas das pessoas que dizem mal dos seus livros e dos seus filmes, nunca leram qualquer obra de José Saramago nem viram nenhuma fita de Manoel de Oliveira.
Isto ainda torna mais ridículas todas estas "más vontades", para não lhes chamar outra coisa.
O simples facto de Saramago ser o nosso único Nobel da Literatura, deveria fazer com que todos os portugueses (incluindo o senhor que era presidente da República quando ele nos deixou...) o respeitassem, no mínimo. Em relação a Manoel de Oliveira, admito que nem todas as pessoas gostem dos seus filmes. Mas só o facto dele continuar a fazer cinema depois dos cem anos, diz muito da sua personalidade, do seu amor à arte e à liberdade.
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Sim, é a tal tendência nata para a maledicência.
ResponderEliminarÉ verdade, Catarina.
EliminarHá muita ingratidão e despeito neste país...
Subscrevo!
ResponderEliminarAbraço
Acho que as pessoas não acham muita piada a quem chega ao topo, depois de muito esforço, num mundo que não lhes dá nada de graça, Rosa...
EliminarA minha relação com Saramago inicialmente era muito dúbia. Adoro o poeta José Saramago. O primeiro livro que li do romancista José Saramago, foi o Memorial do Convento, e talvez porque eu seja muito ignorante para a sua leitura, não gostei minimamente e levei alguns anos desinteressada do autor. Depois li Levantado do Chão que encontrei na biblioteca Sénior do Barreiro e apaixonei-me pelo livro. Esqueci o Memorial do Convento e tentei outros livros. Li o Ensaio sobre a Cegueira, a Maior flor do Mundo e A Jangada de Pedra . E gostei dos três. Até agora não li mais nenhum, nem sei se lerei, porque leio atualmente muito menos por causa dos olhos e os livros que me vão oferecendo acumulam-se e nenhum é dele.
ResponderEliminarQuanto ao Manoel de Oliveira só vi quatro filmes. E gostei.
Abraço, saúde e bom fim de semana
O que me faz que goste deles, não é só a obra, é a sua história de vida, Elvira.
EliminarNunca desistiram dos seus sonhos.
Tem toda a razão. O povo gosta de maldizer sem conhecimento. Nesta sociedade de consumo rápido e descartável a maledicência está a vulgarizar-se. Se os pais não conseguirem ou não souberem passar valores morais e éticos, teremos adultos assim. E tudo piorou quando se deixou de frequentar a igreja. Mesmo com todos os seus defeitos, ao menos esta passava conceitos bons de amizade, valorização, respeito e solidariedade. Valores que se estão a deixar para segundo plano, nesta sociedade cada vez mais modernizada e mecânica. Se os formadores de carácter não souberem colocar todos num bom rumo, instituições como a igreja já têm pouco peso, os professores também já não são um bastão seguido com respeito pelos alunos, o que nos resta?
ResponderEliminarPois, o mundo mudou, "Portuguesinha", pelos vistos para pior (pelo menos para quem pensa como nós)..
EliminarE aqueles que dizem que não lêem Saramago porque os seus livros não têem pontuação -santa ignorância-esta é gente que, absolutamente, nunca leu um livro do maior escritor português de sempre (depois de Camões, claro-isto para não ferir susceptibilidades),
ResponderEliminarMEMORIAL DE CONVENTO será talvez a mais bela história de amor que li até hoje, e confesso que só à 2°. tentativa o li de seguida, em duas noites; na 1°.tentativa fiquei na pág. 50...
O HOMEM DUPLICADO é um livro mais fácil mas é igualmente excelente e que aconselho.
E TODOS OS NOMES - belo livro!
O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS um livro fabuloso!
OS CADERNOS DE LANZAROTE imprescindíveis (todos os volumes, creio que 7).
Ler JOSÉ SARAMAGO dá trabalho mas ler dá trabalho e por isso os livros de Saramago fazem-nos pensar e os livros que nos fazem pensar valem a pena porque acrescentam mais valia para a nossa vida e enriquecem-nos como seres humanos.
MANUEL DE OLIVEIRA-quem faz um filme como ANIKI-BÓBÓ tem de ser uma grande cineasta!
E, noutra vertente, também parece que passou a ser moda dizer mal/arrasar (como futebolista) o maior jogador de futebol português de todos os tempos, o português que levou o nome deste país a todos os cantos do mundo -não entendo-.
Não posso deixar de ler o comentário do Steve sem escrever aqui “umas palavrinhas”... : ))
EliminarApenas para se ter uma pequena ideia dos meus "antecedentes literários" ... Fui e continuo a ser uma leitora ávida. Li os tradicionais clássicos portugueses, os clássicos internacionais, leio sobre astrofísica, meditação, policiais, espionagem, romances... Conclusão... sou eclética nas minhas leituras. Não sendo detentora de grandes conhecimentos, não sou propriamente iletrada. Por pouco não deixava aqui todo o meu curriculum vitae : )
Mas acontece que há rigorosamente uma falha. Nunca li um livro de José Saramago embora o tenha dado a conhecer a partir do ano em que ganhou o Nobel. Um ano comecei o Memorial do Convento. Não me recordo quantas páginas li; sei que foram poucas. E nunca mais tentei ler outro dos seus livros. Não me orgulho desta decisão, mas ainda não é tarde para preencher esta grande lacuna.
Foi o comentário do Steve que me motivou a querer ler este livro. Obrigada, Steve!!
Quero acrescentar que concordo totalmente com o seu último parágrafo!! : ))
Obrigada, Luís, por esta oportunidade. : )
Há mil e um motivos para respeitar a vida e obra de Saramago e Oliveira, Severino.
EliminarEm relação ao Cristiano, por ser maior que o nosso país, não penso que caiba aqui.
Além disso terá sempre muita gente que o defende (mesmo quando faz disparates) como acontece com as manas, com os amigos e os fans capazes de perdoar tudo.
Catarina, ainda não te tinha dito, mas ele é "Seve" e não "Steve".
EliminarComo ele ainda não se queixou, deve gostar da "tradução" americana que deste ao seu nome. :)
Uma gafe gigantesta! Sorry! :))
Eliminar