Falámos dos sempre polémicos subsídios, que continuam a ser o "motor" de uma boa parte da nossa cultura. Eu achava que o ministro estava certo quando afirmava confiar no papel dos júris (nos concursos para apoios teatrais...). O seu papel não será desautorizar pessoas que à partida são da sua confiança. Mas a questão tem sempre outro lado, que muitas vezes é aquele para onde não estamos virados. Quando o Gui disse que a melhor defesa de qualquer governante é refugiar-se na tal "confiança", pois ao fazê-lo, está sobretudo a comprometer os elementos do júri, pelas suas escolhas e a "sacudir a água do capote". Ou seja, mais polémica menos polémica, sai sempre ileso.
Não demorei muito tempo a perceber o ponto de vista dos meus dois amigos, um do cinema e outro do teatro. E depois ainda foram mais longe, explicaram-me um caso concreto de injustiça, de uma companhia que deixou de ser subsidiada, e que à partida cumpria todos os requisitos para receber apoios do Estado. Até por saberem que o "mau feitio" e a "ideologia" do encenador não faziam parte dos critérios de atribuição dos dinheiros para os teatros...
Culpei-me a mim próprio, por com esta idade, ainda continuar tão "ingénuo"... Até por estar farto de conhecer histórias sobre o papel dos júris de tudo e mais alguma coisa, que antes de analisarem as obras já têm o nome do vencedor escolhido...
(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)
Talvez aqui não caiba bem qualquer lamento. Mas manter uma certa ingenuidade é algo que gosta que lhe aconteça. Porque, como dixia o Arthur Clark, falar aos netos da eternidade do Peter Pan, dizer com um largo sorriso que ainda – sempre! – acredita no Pai Natal.
ResponderEliminarTambém acho que manter uma certa ingenuidade, é bom, Sammy.
EliminarÉ sinal que ainda não desistimos da nossa espécie...
Caro Luís,
ResponderEliminarAinda agora se interroga pela razão do comentário de ontem. Que deveria ter saído assim:
Talvez aqui não caiba bem qualquer lamento. Mas manter uma certa ingenuidade é algo que gosta que lhe aconteça. Porque, como dizia o Arthur Clark, «somos filhos das estrelas», falar aos netos da eternidade do Peter Pan, dizer com um largo sorriso que ainda – sempre! – acredita no Pai Natal.
Mas o que agora quer dizer é, que tendo lido o seu texto, pretendeu dizer algo para o qual não teve unhas.
Certas ingenuidades também são motor de andarmos por aqui.
Pois são, Sammy. E ainda bem.
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