quarta-feira, fevereiro 02, 2022

«O excesso de oferta, não só nos divide, como ainda pode deitar tudo a perder»


Hoje bebi café com uma amiga, que se mudou de "armas e bagagens" para a província, porque já não aguentava o ritmo infernal da vida suburbana, onde todas as horas têm quase sempre menos de sessenta minutos.

Falámos de várias coisas que organizámos juntos, assim como dos "malefícios" de quase querermos fazer da "cultura uma indústria". Concordámos que fizemos coisas a mais, muitas vezes apenas porque sim.

Quando ela disse: «O excesso de oferta, não só nos divide, como ainda pode deitar tudo a perder», estava certa. Cansamo-nos a nós e cansamos os outros... 

Todas estas coisas acabam por ser tornar quase um "vicio" e a partir de algum tempo, o prazer é substituído por outra coisa, diferente e pior. O curioso, é que só quando nos afastamos é que conseguimos perceber tudo isso. 

 comecei a pensar no assunto, quando voltei a ter os fins de semana livres, sem a obrigatoriedade de ter de ir à inauguração de uma exposição, à apresentação de um livro ou de outro projecto qualquer.

Bem dita distanciação...

(Fotografia de Luís Eme -Almada)


4 comentários:

  1. Concordo, sem reservas.
    Já quando Virgílio escreveu 'O fortunatos nimium sua si bona norint, agricolas' o efeito opressivo das cidades se fazia sentir.
    No entanto, a parolice endémica do nosso querido 'tuga' continua a fazê-lo entender que 'a cidade é que é bom' porque é lá que se encontram as 'montras' onde gosta de se exibir, e despreza quem vive no campo - familiares, até...
    Tudo isto porque, à triste maneira dele, o 'tuga' quer, mesmo, é ser aquilo que considera 'feliz'.
    Aflorei, há tempos, o assunto em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/04/quero-ser-feliz.html, se quiser visitar.

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    1. As coisas não são assim tão simples, o emprego existe sobretudo nas cidades, António.

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  2. O emprego e não só. Eu gosto de sítios pequenos para passar férias. Agora, para viver? Não sei. E se tiver um problema de saúde?

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