sábado, fevereiro 19, 2022

O Teatro Continua a ser um Enigma (para mim)


O teatro continua a ser, em parte, um enigma para mim. Uma das coisas que me faz mais confusão é a escolha dos textos por parte dos encenadores. Muitos até são capazes de escolher textos que não têm nada a ver com o teatro (desde poemas a ensaios, desde que tenham sido escritos por alguém conhecido...), apostados na parte mais "absurda" da arte de talma e na sua reinvenção.

Como tenho dificuldade em perceber, em pleno século XXI, a "paixão" de tantos actores e encenadores pelo rei dos clássicos: o eterno William Shakespeare (passam a vida a sonhar com Otelo, Rei Lear, Hamlet ou McBeth...), aproveitei a oportunidade de estar na mesma mesa com um actor, para falar com ele sobre esta "fixação", entre outras coisas.

Com um sorriso disse-me ser imprescindível que Shakespeare conste na "ficha curricular" de qualquer actor ou encenador que se preze.

Mas foi ainda mais longe: confessou que não existe outra arte, com tantos "jogos de espelhos" e "feiras de vaidades", como o mundo da representação. Mas que se não fosse assim, não teria tanta magia e tanta beleza, nem existiria tanta gente a sonhar com a possibilidade de viver "outras vidas" nos palcos.

Ou seja, o teatro continuou a ser, em parte, um enigma para mim...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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