quinta-feira, fevereiro 04, 2021

Homens Transformados em "Escadas" por Outros Homens...


Os homens do teatro gostam muito de usar as palavras de Shakespeare para retratar a nossa realidade. Dizem sempre que ele permanece actual, que os problemas que enfrentamos continuam a ser os mesmos... É quase como o Eça, embora este pareça ser mais literário e menos teatral (mas com jeito, tudo se adapta...). 

Se é de "actualidade" que se trata, podíamos recuar mais no tempo. Sim, podíamos ir à Grécia de Sócrates ou à Galileia de Jesus de Nazaré. Os seus ensinamentos continuam válidos, não se perderam no tempo. Nunca deixaram de ser citados, mesmo que o uso das suas ideias tenha sido sempre mais teórico que prático.

Por a política ser um "teatrinho", os seus actores e encenadores também adoram "partir de viagem" e tanto podem parar nas primeiras civilizações, com um gostinho especial por Roma e Grécia, como encherem o peito com o "século das luzes"... ou ainda perderem-se de amores por heróis mais recentes, como Churchill. Ainda por cima agora contam com o "google" e a "wikipédia", que lhes vieram facilitar a vidinha...

Sim, basta escrever Confúcio para se descobrir que afinal este filósofo era Chinês (muitos devem ficar desiludidos e "confusos"...) e que viveu meio século antes da nossa era... ou que Cícero era um advogado de Roma (e não um filósofo grego...).

Lá estou eu a divagar... Apenas queria dizer que a história passa o tempo a repetir-se e que os homens cometem quase sempre os mesmos erros, de século para século. Gostam de usar a sabedoria dos grandes filósofos intemporais, apenas em citações, nunca em exemplos. 

Pois é, os homens pequeninos (mesmo os que têm um metro e noventa...), sempre foram bons a usarem os melhores como "escadas", e, ponto final. 

Alguns até têm um gato chamado Confúcio ou um cão baptizado como Sócrates (agora menos, por causa de um certo português...).

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


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