Foi por isso que estranhei, enquanto subia as escadas da antiga azinhaga das figueirinhas, ouvir vozes num tom vivo. Era um homem e uma mulher mais ao menos da minha idade. Percebi que ela se queixava da vida, talvez fosse uma daquelas pessoas a quem tudo corre mal. Se alguém cair dum escadote, é ela. Ele nem por isso, foi por isso que na despedida, além de lhe desejar as melhores saiu-se com um juvenil "tá-se bem". Continuei a subir e pensei que a sorte da senhora era que agora ninguém deita bananas para o chão...
Minutos depois ouvi cães a ladrar, num local onde quando passo, eles olham para mim, em silêncio. Percebi segundos depois que era uma conversa de "cão para cão", pois no exterior estava um homem com dois cães, um com trela e outro livre. Era o livre que "conversava" com os outros dois, que também andavam à solta no quintal.
O que achei mais curioso, quando me cruzei com eles, já em silêncio, foi o dono falar com o animal de trela como se ele fosse um filhote bem comportado: "Muito bem, é assim que eu gosto. Quando te comportas assim é uma maravilha sair à rua contigo." Ele tem a vantagem de nunca receber uma resposta que não está à espera (só as crianças, para nos surpreenderem com saídas inesperadas, e ainda bem...).
Continuei a caminhada feliz, apesar de não voltar a ouvir vozes tão audíveis... fiquei com a esperança de estar mais perto do normal, do que se previa...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Por aqui o Kiss começa a ladrar logo de manhã e de vez em quando salta o muro à procura de outros horizontes.
ResponderEliminarVezes sem conta aparece no FB como cão perdido mas logo aparece gente, comigo incluída, a identificá-lo e a dizer que ele volta sempre para casa.
Gosta de ir ladrar para "outra freguesia" já que por aqui ninguém ladra!
Abraço
Os cães sempre gostaram de vadiar, mas voltam sempre a casa, Rosa. :)
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