Sinto muito na pele o facto indesmentível (pelo menos para mim...), de o acto criativo ser um processo solitário. Sei que a casa cheia de vozes, risos, passos e outros ecos, tem tudo o que quem escreve não precisa...
Se não fosse o blogue (às vezes é custoso escrever qualquer coisa, por muito curta e vaga que seja...), que me obriga a usar as palavras, às vezes nem eu sei bem para quê... é por isso que se se foi transformando mais em "diário" que noutros tempos, com mais cores que a fila de cinzentos que pinta estes dias mornos, habitados dentro de casas com janelas viradas para ruas quase vazias.
Acho que nunca comecei tanta coisa, que continua a espera de um meio, e que sabe que falta quase uma vida para ter um fim...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
O acto criativo é sempre solitário. Não é fácil escrever com muita gente em volta, a menos que a pessoa tenha a difícil capacidade de abstrair de tudo. Mas vais ver que consegues encontrar o meio e o fim daquilo que já tem início.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Pois não, Graça.
EliminarNão sei... sei sim que devia ir muito mais à procura do meio e do fim...
Não sabe mesmo que raio de inspiração a pandemia pode trazer...
ResponderEliminarA Patti Smith, como epígrafe, colocou no seu último livro, e ainda não se chegara ao Covid-19, uma frase do Artaud: «Abate-se sobre o mundo uma loucura fatal».
Já escrevia um mau português, com a pandemia as coisas pioraram. Quanto a ideias admite que elas andem por aí, mas sofrendo de inaptidão congénita está longe, muito longe mesmo, de as apanhar...
Quanto ao que os «Tims deste rectângulo dizem, há que ter em conta que, a maior parte, são elegantemente mentirosos... Com a morte a acenar-lhe, beberricando um gin-tónico, o genial Ary dizia que deixava três livros para publicar...
Ruben de Carvalho que tramou dos papéis que ficaram, apenas encontrou sete sonetos e o livro de memórias de que o poeta tanto falou, apenas era um título título: «Da Estrada da Luz à Rua da Saudade».
Pode... aliás o mundo está cheio de histórias tristes, Sammy.
EliminarMas era preciso estar sozinho, por exemplo na casa da Beira, que passa o ano inteiro quase sem ninguém, sei que iria pensar muito, ler muito e escrever muito...
Pois eu estou sozinha e sem nada para dizer que valha a pena!
ResponderEliminarAbraço
Rosa, de certeza que tem jeito para muitas coisas, nem que seja amar e cuidar das plantas e dos gatos.
EliminarEu gostava de ter um blogue. Mas, para isso, tinha de viver sozinha. Não gosto de ter um espião em teletrabalho ao lado a espreitar. E não consigo fazer o blogue no telemóvel....
ResponderEliminarDesse mal não padeço, Maria.
EliminarNão tenho "espiões" cá em casa, cada um pode ter o "seu mundo"... desde que não se esqueça que somos uma família.:)