«Há muito que não ia ver o mar. Mas desta
vez precisava mesmo de olhar as ondas, de procurar apoio no eco das suas
palavras incertas.
A caminho da costa, estranhamente,
pensei mais no que me acontecera e não tanto no Nicolau. Pensava sobretudo no
legado que ele me deixara, acabar o que tinha começado, por muito que
incomodasse certas pessoas. O mais importante era ser discreto, sem me afastar
um milímetro da procura da verdade.
Sem tentar fazer qualquer paralelo,
sabia que o incidente da qual fui vítima acabou por ter um culpado. Alguém que
nunca vi nem sinto qualquer curiosidade em ver ou encontrar um dia destes.
Muito menos em aceitar as suas desculpas. Aconteceu. Ponto final.»
A fotografia é de Renate Siebenhaar.
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