«Falar nos meus avós fez com que a Alice
confessasse que nunca teve avós, de e em qualquer lado. A única avó presente na
infância, a Etelvina, nunca teve tempo para a ir buscar à escola e ainda menos
para brincar com ela. E durante anos proibiu-a de a chamar de avó.
Na tentativa de esconder aquele drama,
que ainda estava bem vivo num dos cantos da “caixa dos pirolitos”, desculpou a
mãe da mãe, ciente de que deve ter sido um choque, ser avó tão cedo, ainda por
cima com a vida de pernas para o ar. Sabia que havia uma idade para tudo e só
os avós idosos podiam ser avós a quase tempo inteiro, sem fugas. A avó da Alice
estava-se nas tintas para crianças. Não era única, por isso é que o mundo
estava e está longe de ser fácil para a pequenada.»
A fotografia é de Elliot Erwitt.
Coitada da Alice. Uma avó faz falta às crianças.
ResponderEliminarUm abraço
se faz, Elvira.
ResponderEliminarsabe quase sempre a medida do tempo.