quarta-feira, junho 10, 2015

A Alice e a Avó Etelvina


«Falar nos meus avós fez com que a Alice confessasse que nunca teve avós, de e em qualquer lado. A única avó presente na infância, a Etelvina, nunca teve tempo para a ir buscar à escola e ainda menos para brincar com ela. E durante anos proibiu-a de a chamar de avó.

Na tentativa de esconder aquele drama, que ainda estava bem vivo num dos cantos da “caixa dos pirolitos”, desculpou a mãe da mãe, ciente de que deve ter sido um choque, ser avó tão cedo, ainda por cima com a vida de pernas para o ar. Sabia que havia uma idade para tudo e só os avós idosos podiam ser avós a quase tempo inteiro, sem fugas. A avó da Alice estava-se nas tintas para crianças. Não era única, por isso é que o mundo estava e está longe de ser fácil para a pequenada.»

A fotografia é de Elliot Erwitt.

2 comentários:

  1. Coitada da Alice. Uma avó faz falta às crianças.
    Um abraço

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  2. se faz, Elvira.

    sabe quase sempre a medida do tempo.

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