segunda-feira, abril 13, 2015

Há Cada Coincidência...


Na semana passada bebi café sozinho com a Rita - coisa rara - e ela falou-me de uma realidade que nos cerca cada vez mais, a ausência de palavras à nossa volta...

Não são só os jovens que falam mais com o telemóvel que com os amigos. As pessoas da nossa geração também se deixaram "agarrar" pelas novas formas de comunicação e sentem que é piroso não estar nas "redes sociais" a espalhar o charme que gostavam que existisse nas suas vidinhas...

A Rita antes de se despedir disse-me: «Luís, parece que estamos mesmo condenados ao silêncio», com  um sorriso trocista, como se fizesse figas para estar enganada.

Este fim de semana, quando lia a revista "E" do "Expresso" parei na pequena crónica do psiquiatra José Gameiro, que terminava assim (com um SMS de uma doente): «O futuro é o silêncio.»

Embora os temas não fossem iguais, não pude deixar de pensar: «há cada coincidência.»

O óleo é de Steve Hanks.

10 comentários:

  1. Gosto pouco de silêncio. Esmaga-me. Gosto de conversar e de ouvir conversar.
    Silêncio só mesmo quando escrevo.
    Um abraço

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    1. acho que gosto do silêncio com vozes, Elvira. :)

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  2. eu gosto de silencio, e o meu espaco, mas tambem gosto de conversar e ouvir o som das palavras .
    um abraco
    Uma

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    1. há espaço para tudo dentro de nós, Uma. :)

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  3. A tecnologia não trouxe silêncio, trocou as palavras por ruído, às vezes surdo, estático, mecânico, mas sempre (para mim) desconfortável. O silêncio, o tempo de olhar e apreciar, esse é cada vez mais uma miragem.

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  4. sou sincera não gosto de silêncios impostos.
    gosto de falar, sorrir e olhar.
    mas estás cheio de razão!
    um beijo
    :)

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    1. mas a vida é cheia de imposições, Piedade...

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  5. eu gosto do silêncio!
    é nele que me conheço melhor, mas nem todo o silêncio pode ser entendido como tal. e no entanto, não dispenso nunca uma conversa, o riso, a algazarra dos " meus" pequenitos...

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    1. acho que preciso mais da solidão que do silêncio, Maré.

      preciso de me sentir só para olhar com olhos de ver os outros.

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