Ele passou rente às mesas e olhou de uma forma insinuante para quem por ali estava sentado, à espera de um olhar, e porque não, de um pedido de autógrafo.
Escondi os meus olhos dentro do jornal, ao perceber que a "vedeta" estava a passar de novo naquele "corredor", aparentemente indiferente à fama.
Acabou por se afastar e ir à procura de outra "passerelle" mais iludida pelas revistas "cor de rosa".
Não era a primeira vez que assistia a algo do género. E até me lembrei de uma história de um amigo que conseguiu fingir que não conhecia um actor de parte nenhuma, depois de este lhe ter sido apresentado, desculpando-se que não tinha televisão em casa. Algo que acabou por embaraçar a "vedeta", que não lidava bem com o anonimato...
Embora muitas vezes digam que não, penso uma boa parte das figuras que passam a vida dentro da televisão sentem uma grande necessidade de exposição, de serem olhados, comentados e até falados na rua.
O óleo é de Angela Bandurka.
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