É giro, que cada vez que voltamos a rever um filme, descobrimos sempre coisas novas. Neste caso em particular, não via esta fita há uns vinte anos (ou mais...), pelo que fiz uma leitura mais política, olhando para as personagens (todas) como o retrato de um país cinzento, que não tinha nada para dar às pessoas, especialmente os jovens, que são sempre as principais vítimas de todos os governos que fingem governar...
E neste caso em particular, havia a guerra colonial à espera dos rapazes, pelo que a emigração masculina significava muitas vezes mais que um sonho, era a fuga a uma realidade que matava...
Há muito bom gosto nesta realização de Paulo Rocha. Além da boa escolha do par que protagoniza a longa metragem (Isabel Ruth e Rui Gomes), há a guitarra de Carlos Paredes que enche o écran. A fotografia também é muito boa. É curioso, o realizador mostra-nos as avenidas novas que crescem e ocupam uma nova parte da cidade, mas também as zonas campestres, que continuavam a resistir ao tempo, à medida que se íamos afastando do centro da Capital.
O filme retrata mesmo um tempo de mudança, no país e no cinema...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Além da música só recordo imagens da praça dos Estados Unidos da América com os novos edifícios que enchiam o ecrã.
ResponderEliminarAbraço