Não fiquei muito espantado com a história, achei que o anão que apareceu à menina era tudo menos um estranho, mesmo que a sua tarefa de guardião centenário de um tesouro, procurasse ser original.
Achei também curiosa a forma como a Sophia descreve a perigosidade do dinheiro, e de como os "ricos" não conseguem viver num mundo sem "pobres"...
Quase ao mesmo tempo comecei a folhear as "Aventuras de João sem medo", do José Gomes Ferreira. Também não li este livro, enquanto jovem. Recordo-me de ter gostado muito de ler "O Mundo dos Outros" no começo da adolescência, mas as aventuras do João ficaram adiadas, até hoje...
É curioso, como a leitura de um adulto, é completamente diferente da de um jovem, num livro que finge que esconde as histórias de um país desigual, cheio bandidos, capazes das maiores atrocidades, e claro, uma ou outra fada, aqui e ali, para amenizar as "desgraças"... Ou seja, senti este livro tão político, tão anti-salazarista...
São claras as mensagens literárias da Sophia e do Zé Gomes, do ponto de vista social. Mensagens que se encaixam muito bem neste nosso tempo, com o regresso de velhas práticas, que trazem para o poder os adoradores de "moedas de ouro" e os "ditadores", que tanto gostam de condicionar a vida dos outros...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
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