domingo, fevereiro 02, 2025

As coisas que não se explicam...


Evito passar pela nossa rua.

Até porque quando olho para a janela da sala, que abríamos de par em par e onde dizíamos bom dia, boa tarde e boa noite à cidade, fico a pensar que ando a imaginar coisas.

Apeteceu-me telefonar-te e perguntar se ainda tocas viola e cantas as canções dos "comunas", mesmo que todos soubéssemos que o Zeca fosse o seu próprio "comité central" e o Adriano continuasse a ser o gigante, que era amigo do tio Zé, ambos de outras esquerdas. 

Foi quando me lembrei que não tenho o teu número actualizado. 

Pois foi, passou tanto tempo. 

O engraçado da coisa, é que as coisas pioram quando viro costas. O prédio que agora é cor de rosa volta à nossa cor. Sim, os nossos amigos de então sabiam que vivíamos no terceiro andar direito, da "casa amarela"...

Claro que não olho para trás. Não preciso de confirmar, que o nosso prédio é amarelo.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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