Evito passar pela nossa rua.
Até porque quando olho para a janela da sala, que abríamos de par em par e onde dizíamos bom dia, boa tarde e boa noite à cidade, fico a pensar que ando a imaginar coisas.
Apeteceu-me telefonar-te e perguntar se ainda tocas viola e cantas as canções dos "comunas", mesmo que todos soubéssemos que o Zeca fosse o seu próprio "comité central" e o Adriano continuasse a ser o gigante, que era amigo do tio Zé, ambos de outras esquerdas.
Foi quando me lembrei que não tenho o teu número actualizado.
Pois foi, passou tanto tempo.
O engraçado da coisa, é que as coisas pioram quando viro costas. O prédio que agora é cor de rosa volta à nossa cor. Sim, os nossos amigos de então sabiam que vivíamos no terceiro andar direito, da "casa amarela"...
Claro que não olho para trás. Não preciso de confirmar, que o nosso prédio é amarelo.
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
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