Felizmente hoje existe mais cuidado na forma como se lida com estes casos. Quando a família negligencia estes menores, as escolas por norma não deixam passar em claro comportamentos inadequados. Tem sido desta forma que se descobrem casos de violência doméstica e até de violação de menores.
Foi por isso que acabei por me meter numa conversa em que se discutiam "os interrogatórios" de uma psicóloga a uma destas crianças problemáticas. A avó desabafava com a minha companheira, expressando a vontade de retirar o neto destas consultas, porque, segundo ele, ela só lhe fazia perguntas que lhe recordavam "tudo o que ele precisava de esquecer"...
Eu disse que a psicóloga só o poderia ajudar, depois de descobrir, o que de facto, o perturbava. E isso só era possível, questionando-o sobre o que o incomodava...
A avó, que tinha a responsabilidade parental da criança, não ficou muito convencida, mas pelo menos deixou de dizer que ia retirar o neto das consultas (gratuitas...) da psicóloga que, com toda a certeza, só o quer ajudar.
E eu fiquei a pensar, que a ignorância é tantas vezes atrevida...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
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