quinta-feira, novembro 03, 2022

O "Deus" da Trilogia (ou a traição de séculos a Jesus Cristo)


Não pretendo ser muito exaustivo, mas como disse várias coisas pertinentes (e até discutíveis...) na entrevista com a Teresa, vou continuar de viagem pelo nosso passado recente, para compreender melhor o nosso presente demasiado oscilante.

Acabámos por "desmontar", a trilogia, que continua a ter tanto peso na extrema-direita (basta olhar para este Brasil, tão dividido, onde os apoiantes de Bolsonaro exaltam quase sempre, "Deus, Pátria e Família",  passa-se o mesmo com o líder do Chega...), apostando na ignorância e no misticismo, com as meias-mentiras  do costume.

A primeira coisa que me fez afastar da Igreja Católica foi a "traição" aos princípios humanistas de Jesus Cristo. Ele esteve sempre ao lado dos pobres e desfavorecidos, ao contrário dos papas, bispos e padres deste mundo, que sempre usaram e abusaram do seu poder (os crimes sexuais são apenas uma de muitas manchas que ficam de séculos de exploração e de abusos...).  

Claro que esta "traição" nunca foi foi inocente. Desde cedo perceberam que só poderiam manter o seu "poder divino" e os seus privilégios sociais, se estivessem ao lado dos poderosos. E foi o que fizeram (e fazem...) no mundo inteiro.

Não foi por acaso que a Igreja Católica esteve sempre ao lado de Salazar. E mesmo depois do 25 de Abril, ao perceberem que a democracia só lhes iria retirar poder e desvalorizar o seu papel social, participaram activamente na "contra-revolução", a Norte do Tejo. Até chegaram a aconselhar o voto aos seus fiéis, nas homilias dominicais...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


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