Deixou-nos ontem o arquitecto Nuno Teotónio Pereira.
Não posso deixar de escrever algumas linhas sobre um excelente ser humano e um dos grandes arquitectos portugueses do século vinte. Ele e Nuno Portas tiveram um papel ímpar na renovação da arquitectura portuguesa e na atenção que dispensaram à habitação social.
Nuno Teotónio Pereira também está de alguma forma ligado à Margem Sul, a Almada, pois passou parte da sua meninice no Ginjal, na casa de família edificada nas traseiras dos armazéns de vinho e azeite Teotónio Pereira, num período em que o pai, Luís Teotónio Pereira, também foi presidente da Câmara Municipal de Almada.
Apesar de descender de uma família da chamada "aristocracia salazarista", Nuno conseguiu dar um passo em frente, juntando-se aos católicos progressistas no combate contra a injustiça e repressão do regime, rompendo com toda a hipocrisia reinante no meio onde estava inserido.
Quando se deu o 25 de Abril Nuno estava na prisão de Caxias, depois de ter sido preso por participar na vigília da Capela do Rato a 30 de Dezembro de 1973.
Foi amigo pessoal dos primos Zé e Elisete. Era uma pessoa muito agradável e de trato fácil. Conversámos algumas vezes, inclusive na Casa da Cerca de Almada, onde era presença habitual nas exposições artísticas, antes de perder a visão.
(fotografia de autor desconhecido)
Paz à sua alma
ResponderEliminarAbraço
Que repouse em paz.
ResponderEliminarbeijo
:(