sábado, janeiro 23, 2016

«Eu tinha-te avisado. Ela não era mulher para ti.»


Estava triste e revoltado, quase capaz de esmagar a mão contra a parede,  por não ter coragem para se travar de razões com o sujeito que se pavoneava no bar e que diziam ser amante da sua mulher. Embora fosse um homem cheio de dúvidas, não conseguia acreditar que ela o traísse.

O que não suportava mais eram os olhares de lado daquela gente, capazes de o catalogar como cornudo, nas suas costas, entre sorrisos trocistas.

Aquele que considerava amigo em vez de o ajudar disse-lhe: «Eu tinha-te avisado. Ela não era mulher para ti.»

Virou-lhe as costas sem lhe responder.

Sozinho, questionava-se, «porque razão se tinha apaixonado daquela maneira, que lhe fazia tanto doer?»

Quando chegou a casa começou a fazer as malas, decidido a afastar-se da mulher que amava loucamente, antes que fizesse alguma loucura.

Talvez ainda houvesse alguma esperança para o casamento. Bastava ele conseguir amar a esposa de uma forma normal.

(Óleo de Howard Chandler Christy)

8 comentários:

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    1. Mas neste caso é apenas uma ficção, a partir de uma conversa que apanhei no ar, Piedade. :)

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  2. Ficção ou não, a Esperança deve ser sempre a última coisa a morrer!
    No caso de dúvida- e quem ama acredita - é melhor ter certezas antes de se tomar qualquer atitude!

    A pintura é um espanto e a modelo também! :)

    Ah, amigo que é amigo, nunca diz: "Eu bem te avisei".

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  3. Os ciúmes exacerbados são a causa da maior parte dos assassínios perpetrados contra a mulher.
    Nos anos cinquenta, conheci um casal, que o homem batia na mulher, sempre que via outro homem olhar para ela. A casa de banho era no pátio, para todos os moradores, porque as casas não tinham. Pois se a mulher fosse à casa de banho, ele ia na frente, para ver se lá dentro, não estava escondido algum homem. A mim que era uma miúda fazia-me uma grande confusão. Mas os vizinhos diziam "Entre marido e mulher, não se mete a colher" ou "debaixo dos lençóis se entendem".
    Um abraço

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    1. Pois são, e envergonham-me como homem e ser humano, Elvira.

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    1. Aconteceu o que quiseres, Gabi.

      Escolhe um final. :)

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