sexta-feira, setembro 27, 2024

Dois espaços de eleição para "dar asas" à "estupidez humana"...


Por ter memória, quando faço comparações entre o ontem e o hoje, não valorizo muito a acção humana.

Oiço demasiadas vezes dizerem que "dantes não éramos assim". Claro que a história desmente todas estas teorias de que o passado "estava cheio de bons rapazes e boas raparigas". Sempre fomos (e continuamos a ser...) capazes de fazer coisas horríveis aos nossos semelhantes.

Durante anos e anos, o espaço privilegiado para a "estupidez humana" dar largas à sua revolta e raiva incontida, foram os estádios e campos de futebol (foram os "circos" romanos modernos...). Aquela gente depois de insultar árbitros, jogadores, treinadores e dirigentes, aos domingos à tarde, abandonava estes lugares, de "alma renovada", preparados para mais uma semana de trabalho, quase sempre difícil.

Com o tempo, o futebol foi-se tornando cada vez mais um espectáculo televisivo e menos um lugar de catarse humana.

Isso fez com que algumas pessoas necessitassem de descobrir novos espaços, para "dar asas" à "estupidez humana", para libertarem a "besta" que têm dentro de si. 

E quais foram os lugares escolhidos? nada mais nada menos, que as estradas e as redes sociais.

Quem conduz sabe que as vias, rápidas e lentas, estão cada vez mais perigosas, graças a quem está ao volante. Basta cometermos um pequeno erro, para soltarmos a "ira" de qualquer condutor, menos feliz com a sua vidinha. O mais curioso, é que a buzinadela do costume foi-se tornando insuficiente, dando cada vez mais espaço para insultos, provocações, e até ameaças de agressões físicas (quase sempre por insignificâncias...).

A virtualidade das redes sociais poderia relativizar a "estupidez humana", mas, infelizmente, isso acontece cada vez menos. Demonstram que ainda é possível ir mais longe e descer mais baixo, na escala humana. Porque não precisam de mostrar o rostos para "atacar tudo e todos" e facilmente metem nas suas cabecinhas, "tudo é possível"...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


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