domingo, setembro 15, 2024

A ausência dos livros nas conversas de café e nas viagens de transporte diárias...


Reparo que falo cada vez menos sobre livros, nos cafés. Há várias razões para que isso aconteça. A maior de todas, é o facto de se lerem menos livros neste mundo, tão cheio e vazio, que nos rodeia.

Embora não duvide dos resultados das feiras do livro (falam em recordes de vendas...), sei que nunca devem ter existido tantos livros à espera de serem lidos, nas nossas casas. Falo por mim. Embora seja leitor, tenho sempre mais de meia dúzia de livros, em cima uns dos outros, à espera de um oportunidade. Pelo caminho, oferecem-me mais um livro ou outro, capazes de fazerem ultrapassagens pela direita e pela esquerda (foi o que agora aconteceu com "Um Milionário em Lisboa" do sempre discutível, Rodrigues dos Santos).

Ainda por cima hoje existe o hábito de escrever livros com mais de quinhentas páginas (o que refiro, ultrapassa as seiscentas...), que se tornam um verdadeiro incomodo para levar na mala e ler nos transportes públicos (é onde noto mais a ausência de leitores, de livros e de jornais...).

Sei que me estou a repetir (escrever todos os dias num blogue também é isso...), mas os problemas são os mesmos de sempre em relação aos livros. E a tendência é sempre para piorar...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


4 comentários:


  1. Esta é uma rara oportunidade para falar de livros e como eu gosto de falar de livros!
    Gosto de livros e é realmente um prazer falar deles.
    Caro Luís permito-me abordar aqui alguns de que eu gostei muito e ouso (desculpe-me a imodéstia) até aconselhá-los (se porventura ainda não leu alguns).

    "O PROCESSO"-Franz Kafka, um grande grande livro. É um livro difícil mas, como dizia Vergílio Ferreira, ler dá trabalho. Já agora, como gosto muito de diários, atrevo-me a recomendar os seus diários (do VergílioFerreira, "Conta Corrente", creio que serão 9 volumes, mas lêem-se muito bem).

    "A FILHA DO COVEIRO" de Joyce Carol Oates - um grande livro de uma grande escritora norte-americana.

    Qualquer livro de Carson McCullers, nomeadamente os excelentes "CORAÇÃO, SOLITÁRIO CAÇADOR" e "A BALADA DO CAFÉ TRISTE"

    PHILIP ROTH, qualquer um mas o que eu mais gostei foi "A PASTORAL AMERICANA", grande livro de um grande (mas injustiçado escritor sem NOBEL).

    PAUL AUSTER-qualquer um, gostei de todos os que dele li, mas realço "O PALÁCIO DA LUA", "A MÚSICA DO ACASO", "TIMBUKTU"-outro grande escritor americano, recentemente falecido.

    E claro todos os do maior escritor português de sempre, JOSÉ SARAMAGO, realço "O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS", e o grande livro, mas igualmente difícil "MEMORIAL DO CONVENTO", na 1°.leitura larguei-o à pág. 50, à 2°.também não acabei mas à 3°.li-o em duas noites.

    E muitos outros haveria a citar, estou a lembrar-me do grande TRUMAN CAPOTE e o grande livro "A SANGUE FRIO".

    Obrigado Luís pelo espaço concedido e boas leituras.

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    1. Estás sempre à vontade, Severino, para falar de livros, ainda por cima dos bons. :)

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  2. E há muitos outros de que gostaria falar, mas não posso é esquecer de dois grandes escritores americanos: John Fante e Flannery O'Connor - excelentes!

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  3. Só agora, depois de já ter lido quase todos os livros dele, descobri que o John Fante é italiano (pensava que era americano).

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