Temos dentro de nós algo que as pode tornar mais "doces" ou mais "azedas", à medida que os anos passam. Muitas vezes isso também acontece devido ao facto de sermos mais ou menos pessimistas.
Pensei nisso ao escutar o "passado" de um senhor com idade para ser meu pai. O mais curioso, é que à medida que ele ia falando, o informador da PIDE da história, ia-se humanizando, caminhava quase para o campo aberto dos "gajos porreiros"...
De repente afastei-me do mundo dos resistentes e pensei no café que a minha avó fazia e que perfumava a cozinha da entrada e as divisões mais próximas. Cada vez que me lembro deste "perfume", a bebida fortificante (mesmo que ainda não de falasse de cafeina...) vai-se tornando mais saborosa. De certeza que a avó comprava do café mais baratinho que havia no mercado. Até porque não existiam nesse tempo as variedades e sabores de hoje.
Tudo coisas que não lhe retiram aquele gostinho, que ficou na minha memória: de "melhor café do mundo"...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
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