Temos dentro de nós algo que as pode tornar mais "doces" ou mais "azedas", à medida que os anos passam. Muitas vezes isso também acontece devido ao facto de sermos mais ou menos pessimistas.
Pensei nisso ao escutar o "passado" de um senhor com idade para ser meu pai. O mais curioso, é que à medida que ele ia falando, o informador da PIDE da história que contava, ia-se humanizando, caminhava quase para o campo aberto dos "gajos porreiros"...
De repente afastei-me do mundo dos resistentes e pensei no café que a minha avó fazia e que perfumava a cozinha da entrada e as divisões mais próximas. Cada vez que me lembro deste "perfume", a bebida fortificante (mesmo que ainda não de falasse de cafeina...) vai-se tornando mais saborosa. De certeza que a avó comprava do café mais baratinho que havia no mercado. Até porque não existiam nesse tempo as variedades e sabores de hoje.
Tudo coisas que não lhe retiram aquele gostinho, que ficou na minha memória: de "melhor café do mundo"...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
O melhor perfume do mundo: o cheiro do café acabado de fazer espalhando-se pela casa. Lembra-se do café que a avó fazia naquela água-furtada da Rua Senhor do Monte. Café comprado avulso, sim baratinho, escorrendo de uma flanela filtro para uma caneca grande, um filtro a que a avó chamava papagaio.
ResponderEliminarNão sei se é o melhor do mundo, mas que é um dos melhores, é, pelo menos para nós, Sammy. :)
EliminarÉ um cheiro repleto de boas memórias...
Felizmente que a memória e selectiva. É bom esquecer o que nos entristeceu.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um abraço.
Concordo, Graça.
EliminarÉ mesmo verdade que "tristezas não pagam dívidas"...
«caminhava quase para o campo aberto dos "gajos porreiros"...»
ResponderEliminarNão faltam gajos porreiros a servirem modelos político de todo o tipo...
Pois não...
EliminarA malta gosta de "gajos porreiros". :)