As mães eram quem mais sofria... porque raramente se escondiam atrás da honra ou do dever de todos (que nunca eram bem todos...) em defenderem a pátria. E quando viam os filhos aproximarem-se da idade maior, a dor aumentava, porque sabiam que existia uma forte possibilidade, deles terem de cumprir o serviço militar obrigatório no Portugal Ultramarino... que se estendia até Timor (foi para onde foi o Henrique, irmão do Fernando, um dos nossos melhores amigos de infância).
Nunca falei disto com a minha mãe. Mas nós éramos demasiado novos, para que ela começasse a antecipar o futuro. Eu tinha apenas onze anos e o meu irmão treze, em Abril de 1974.
Claro que este medo não desapareceu logo no dia 25 de Abril, porque até pelo menos, ao final de 1975, os nossos soldados continuaram a viajar para África (e a "morrer pela pátria")...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
A guerra colonial matou fisicamente e psicologicamente milhares de jovens e alterou o futuro de muitos que ficaram com os seus sonhos adiados para sempre.
ResponderEliminarAbraço
Sem qualquer dúvida, Rosa.
EliminarAinda há "medo" de se falar desta Guerra...
Quem o tem, tem medo.
ResponderEliminarMas não era medo que ocupasse o quotidiano noutros termos que não o da inevitabilidade de defrontar o que era uma ameaça a ser combatida.
Os julgadores de hoje, só precisam de conhecer a valia das chefias, cá e no Ultramar, no imediato pós-25A para compreenderem que alguma razão haveria para tal.
Tal não escusa que o poder político devesse desde bem mais cedo ter criado meios de que tal não viesse a ocorrer. Ou seja, na falta de soluções a tempo, sempre o tempo traz quaisquer solução.
Temos pontos de vista diferentes, José.
EliminarMas a história está longe de estar do seu lado.
Ainda não há História.
EliminarPara já é tudo actualidade, passado ao serviço do presente.
Muito mal seria, se 50 anos não fossem suficientes, para se fazer história...
EliminarFazer História é não precisar de a usar no presente; o Estado Novo usou-a por 48 anos,... já vamos em 50!
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