quarta-feira, abril 17, 2024

Crimes (quase) perfeitos e polícias demasiado humanos...


A televisão alimenta muitas conversas, penso mesmo que falo mais de séries policiais que de "livros pretos". Entre outras coisas, porque se vê mais televisão e se lêem menos livros. Mas há trinta anos já era assim, não fale a pena falarmos da mudança de hábitos provocada pelos ventos da modernidade.

Por causa de uma série, a conversa avançou e fixou-se em quase uma dúzia de crimes que nunca foram resolvidos (andámos desde o padre Max até à jovem grávida da Murtosa, sem esquecer a menina inglesa que estava de férias no Algarve...).

Claro que as causas da não resolução dos crimes nem sempre tinham pontos comuns (a excepção era a falta do corpo da vítima em vários casos...). Foi por isso que acabámos por focar a conversa nos "crimes perfeitos" e nos "polícias incompetentes", por fazerem mais parte da ficção que da realidade, ou seja, serem normalmente mais explorados nos livros, nos filmes e nas séries. 

Nos livros então, há quase sempre um detective particular (que funciona em paralelo com as polícias...), que é mais aberto e mais claro na exploração das pistas, descobrindo a maior parte dos assassinos, antes das autoridades policiais, que também têm como papel fazer "figura de parvo" nas histórias. 

As conversas são mesmo como as cerejas. Continuámos de viagem, ao lado de autores, que tal como nós, dispensavam a arrogância e as "certezas" das polícias, tão fáceis de caricaturar na ficção...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


Sem comentários:

Enviar um comentário