Eu, que sou no mínimo, "eleitor" da CDU, acho lamentável a posição do PCP sobre a invasão da Rússia à Ucrânia.
Penso que ninguém fica diminuído por condenar um acto de guerra e selvajaria, que vai contra todos os princípios humanos e a própria Organização das Nações do Mundo.
A única coisa que está em causa é a soberania de um país e a liberdade de um povo. Todas as outras narrativas que possam envolver os EUA, a China, o Afeganistão ou o Iraque, neste momento são coisas secundárias.
Além destes aspectos, os dirigentes comunistas colocam em risco a continuidade do PCP no nosso mapa político, porque uma boa parte dos seus eleitores (e até militantes...) está longe de se rever nesta posição ambígua.
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Parabéns, Luís, pela sua clara tomada de posição.
ResponderEliminarCoisa rara, nestes tempos indefinidos, em que os simpatizantes e militantes do Partido nos tentam convencer com NINS!
O temor do papão é tanto, que se esquecem que o PCP corre o sério risco de desaparecer de solo português, a exemplo do que tem acontecido noutros países.
Não sei como é que é possível esta tentativa de "fuga da realidade", Janita...
EliminarNão acho que as " narrativas" do Iraque e do Afeganistão sejam coisas secundárias. Eles não são é brancos e bonitos e fofinhos...
ResponderEliminarSão secundárias por serem passado, Maria. Não podemos ignorar o presente, fugindo para o "passado".
EliminarClaro que não devemos esquecer o que aconteceu, nem o papel dos EUA, mas agora o importante é a Ucrânia.
Agora, o importante é a Europa, Luís!
EliminarEu não quero uma nova guerra na Europa. Ainda para mais com armas nucleares! Alguém tem de mediar este conflito. E acabar com ele. Com cedências de ambos os lados, obviamente!
Quanto ao PCP ele já desapareceu. Até porque o Comunismo ( se alguma vez saiu do papel) não existe. Nem na China, onde o povo é explorado de forma flagrante.
ResponderEliminarAinda não desapareceu, mas está a ser ele próprio a "cavar a sua sepultura", Maria...
EliminarSó os velhos militantes votam nele. Tal como no CDS!
EliminarA não aprovação do último Orçamento de Estado ditou a certidão de óbito, a posição face à actual guerra originou o Certificado de óbito.
ResponderEliminarNota: Certificado de óbito menciona a causa da morte; Certidão não!
Vai passar tempos difíceis, Severino, talvez até tentem mudar o nome, quando estiverem quase como o CDS, mas já irão tarde...
EliminarMudar o nome talvez seja um exagero, tal como Mark Twain disse sobre a sua morte.
EliminarHoje, sabe que é comunista mais por Roger Vailland, Albert Camus, Roger Martin du Gard, os neo-realistas italianos, portugueses, outras leituras, do que por Marx, ou Lenine, lidos não tão metodicamente como todas as leituras devem ser feitas.
ResponderEliminarPor vezes, chateia-se com o que dizem, com o que fazem, mas no tempo do voto, sabe que a mão não vai para mais lado nenhum.
Nunca encontrou outra alternativa, simplesmente.
Como disse Saramago, é infinito o que fica por saber.
Mas também sabe agora que chegaram a um ponto que não vai dar para mais, a mão já não se deslocará.
Invocarão que há razões históricas, que há isto mais aquilo, mas a posição que tomaram contra a invasão da Ucrânia, é criminosa. É de uma falta de senso que escandaliza, que ofende, que dói.
Comigo acontece o mesmo, Sammy.
EliminarMas não se percebe esta posição, nem o silêncio dos militantes mais esclarecidos...
ResponderEliminarÉ um assunto demasiado delicado para ser tratado numa caixa de comentários, mas sempre quer acrescentar que o silêncio dos esclarecidos (tirou-lhe os «mais»), se os ouvidos estiverem atentos, ouve-se. Aproveita para lembrar o escritor Mário de Carvalho, ex-militante do Partido:
«Caiu o tal muro, soçobrou a União Soviética, um antigo futuro de radiosa esperança transformou-se em ruim passado.
Houve movimentos, encontros, infindas discussões, agitação periférica, papéis, cismas. Reavaliar, transformar, adequar… O que se sabe.
Nesse confronto, muitas pessoas que me são estimáveis, por esta ou aquela razão, ficaram do outro lado. Não deixo por isso de as prezar e admirar.
Posso ironizar, brincar, desdizer. Mas não me está no feitio hostilizar o Partido.»
Mas eu referi mesmo militantes, Sammy. Não ex-militantes e eleitores como nós.
EliminarSei, por exemplo, que se Saramago fosse vivo, manifestava o seu repúdio, sem qualquer problema, desta guerra estúpida.