Ao olhar para um cartaz de uma peça de teatro já com alguns anos, lembrei-me de uma conversa quer tive com um amigo, que se fartou de "viajar", em cima de um palco praticamente vazio, sentado numa cadeira de madeira com um volante na mão.
Ele conseguiu durante mais de uma hora mostrar a Lisboa culta e pitoresca, aos clientes que entravam e saíam da sua "viatura imaginária" (só podiam ser duas pessoas de cada vez, porque só tinha duas cadeiras atrás da dele).
Achei o papel dele brilhante, pelos pormenores. Além de passar o tempo a conduzir com uma mão, a outra apontava para os monumentos, as tascas, os restaurantes (todos inventados assim como as personagens que espreitavam à porta e lhe acenavam...).
Felizmente o autor do texto não se preocupou muito com o trânsito (não fez travagens bruscas nem passou o tempo a meter mudanças...). Outro aspecto curioso, era a personagem do meu amigo, falar com os clientes, apenas através do espelho retrovisor imaginário.
Quando conversámos sobre a peça, ele disse-me que tinha sido dos papéis que mais gostara de fazer e foi quando me ofereceu esta "pérola": «Não calculas o gozo que dá, mostrar o que não está à vista.»
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Bom dia
ResponderEliminarQue pena não ter sido um cliente. Era um prazer enorme.
JR
Claro, bastava fechar os olhos e ouvir, Joaquim. :)
EliminarGostava de ter sido uma das clientes!
ResponderEliminarAbraço
As invenções que descobrias sobre Lisboa, Rosa. :)
EliminarQue ideia feliz, essa peça. Também teria gostado de participar.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde, meu Amigo.
Um abraço.
Cada vez mais se usa a imaginação no palco, Graça, procura-se a boa diferença. :)
EliminarA imaginação é mágica e eu adoro esta criatividade!
ResponderEliminarMuito interessante.