Os primeiros filmes que vi no grande écran do Cine-Teatro Pinheiro Chagas, nas Caldas da Rainha, foram os clássicos da Disney, falados no português do Brasil. Penso que eram exibidos na quadra do Natal - tal como ainda hoje acontece - a pensar nas crianças.
Mas as melhores memórias que tenho do velho cinema da Praça do Peixe, são as fitas de Charlie Chaplin, interpretadas pelo próprio, através de uma das personagens mais populares da história do cinema, o Charlot, um vagabundo, rebelde e quezilento, tão desenrascado a fintar a "vidinha", que até podia muito bem ser português. Foi uma personagem muito bem construída, com o seu bigode único, o seu chapéu de coco e a bengala inseparável, que lhe dava um andar muito característico, no qual se esforçava em atirar os seus sapatos enormes para o lado da sarjeta.
Hoje pode-se falar da vulgaridade daqueles argumentos (que só não tinham voz, porque o cinema vivia sobretudo da mímica e da pantomina, sem esquecer a velocidade hilariante do mudo...), da exploração do polícia, que acabava sempre humilhado, do homem vigarizado, da mulher que caía sempre na sua cantada ou até do miúdo, com a escola das ruas.
Mas é importante sublinhar que Chaplin não era apenas actor. Ele escrevia, dirigia, actuava e pagava os seus próprios filmes. Isso explicará em parte a aposta repetitiva neste género de comédia, que ainda se vê com graça.
Mas é importante sublinhar que Chaplin não era apenas actor. Ele escrevia, dirigia, actuava e pagava os seus próprios filmes. Isso explicará em parte a aposta repetitiva neste género de comédia, que ainda se vê com graça.
Não tenho dúvidas que o Charlot foi o meu primeiro ídolo do cinema.
Foi assim também com a minha geração. Com os desenhos de Walt Disney e...Charlot.
ResponderEliminarO Luís começou pelo princípio.
O Portugal de antes de Abril não variou muito, de geração para geração, Carlos.
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