quinta-feira, agosto 07, 2025

Esta coisa de se viver mais tempo levanta uma série de questões...


Esta coisa de de viver mais tempo levanta uma série de questões. 

Ao escrever sobre isso, estou a pensar sobretudo na qualidade de vida que se vai perdendo, à medida que fingimos ultrapassar o próprio tempo.

Penso nas fragilidades humanas, que se tornam cada vez mais visíveis, tanto físicas e mentais. Até nos pode dar a sensação de que se "inventaram" novas doenças, se nos esquecermos que o nosso corpo não está preparado para a "eternidade"...

Quem tem familiares entre os oitenta e os cem anos de idade, sabe do que estou a falar, assiste diariamente à perda de faculdades. É natural e tem de ser aceite de forma pacífica.

Claro que sei que há doenças que também vão aparecendo mais cedo, devido sobretudo ao modelo de vida citadino, muito menos saudável do que devia. O facto de se lidar diariamente com o "stress", de certeza que contribui para casos de demência, que por vezes surgem ainda antes da idade da reforma.

E não vou falar das questões sociais que se levantam, diariamente, em relação aos cuidados de saúde, por se perceber que o nosso país, não está estruturado para ter tanta gente de idade avançada.

O mais curioso, é notar que muitas destas pessoas, apesar das suas debilidades, não pensam "desistir de viver". Habituam-se a conviver diariamente com a dor e com as dezenas de comprimidos que dizem que lhes garante uma "vida mais saudável".

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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