quarta-feira, agosto 13, 2025

Todos sabíamos que havia mais que uma definição de silêncio...


Às vezes acontece, a crítica a um livro "dá corda" a conversas que não precisam nem querem um termo. O livro, História do Silêncio, de Alain Corbel, prestou-se a isso, mesmo sem o termos lido, com apenas a leitura das palavras da Cláudia Carvalho Silva (Público).

Houve logo uma frase que deu tecido mais que suficiente para as mangas, que não fazem falta nenhuma neste Verão excessivo: "A língua da alma é o silêncio". Ninguém a conseguiu contrariar.

Entre outras variações, houve uma que não trouxe consensos, eu sorri, por gostar de me reencontrar de uma maneira e de outra. Mas claro que a possibilidade de escutar o mar, as árvores quando abraçam o vento, o piar de uma ave ou até os passos de alguém na rua (à noite há sempre mais coisas para escutar...). A frase foi "o silêncio é uma forma do individuo se ouvir, de se reencontrar". Pois é, nós urbanos além de vermos sempre poucas estrelas no céu, também não conhecemos muitos sons que invadem os campos e suplantam as vozes humanas...

E é por isso que ganhamos a capacidade de nos "reencontramos" no meio da multidão.

Vinha para casa a pensar que há demasiadas pessoas dentro das cidades a precisarem de passar um mês, numa das muitas aldeias, quase desertas do país (não é dessas de "brincar ao turismo"...), porque o silêncio não é quando o mundo fica sem som, é quando o que está à nossa volta ganha vida...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


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