Muito menos é tempo de falar dos culpados - para além do vento, das altas temperaturas e dos bandidos dos incendiários - de toda este inferno, até porque muitos deles vão ser novamente candidatos autárquicos à câmaras e juntas de freguesia. E provavelmente até vão continuar a governar, mesmo que a sua grande virtude seja "apontar dedos"...
É isso que me faz pensar, muitas vezes, que somos "um país sem conserto".
Mas não é bem sim. Há o outro lado, o lugar onde estão os melhores de nós, mesmo que não passem de gente simples e anónima.
Falo dos milhares de bombeiros que andaram (e continuam a andar...) dias e dias a correr de um lado para o lado, mesmo sabendo que é humanamente impossível chegar a todo o lado. Mesmo que a experiência do terreno lhes diga que as estratégias usadas no terreno, estão longe de ser as melhores (mas como "quem manda pode"...), continuam na sua luta diária, mal comidos, mal dormidos e completamente exaustos. E das populações. Da gente de todas as idades que se uniu para defender o bem comum. Muitas vezes, cercados pelas chamas e sem o "manto protector" dos Soldados da Paz por perto, lutaram com todas as suas forças para protegerem os seus bens e os dos vizinhos mais desesperados.
Apesar destes tempos do "eu", provou-se, mais uma vez, que a solidariedade nunca foi, nem será, uma palavra vã.
(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)
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