As duas crianças eram completamente diferentes, uma menina de oito, nove anos, incapaz de partir partos e um garoto de cinco seis anos, que assim que podia pegava na bola de futebol e afastava-se ligeiramente do "acampamento", para dar toques na sua "mais que tudo", inventando jogos, enquanto chutava para o ar e corria atrás da bola, para um lado para o outro, gritando umas vezes pelo Benfica e outras pelo Sporting...
Na dezena de dias que partilhámos a praia nunca vi o pai ou o tio, levantarem-se, um da toalha outro da cadeira, para inventarem um "adversário a sério", ou um "companheiro de equipa", nos jogos diários do Filipe.
Ao fim do segundo, terceiro dia, já tinha pensado no quanto esta criança precisava de um amigo de férias, para enganar a solidão, ou mesmo de um primo ou prima, que fosse diferente da irmã, que gostasse como ele, de correr e saltar no areal da praia...
(Fotografia de Luís Eme - Algarve)
Nota: segunda "crónica algarvia".
Nunca vi essa tristeza nos meus filhos, sobrinhos e netos!
ResponderEliminarTodos gostam de saborear a vida, mas acompanhados.
Pobre menino sozinho no areal!
Abraço