A cara não me era desconhecida. Mas não lhe dei muita atenção, embora tenha percebido que foi atendido com maus modos e foi por isso que mal bebeu o café saiu pela porta fora.
Mal ele saiu, a dona do café começou a "pintar-lhe a manta", dizendo que «Há gente para tudo.»
A minha companheira disse-me que ele morava na Avenida e era deputado, desde as eleições de Março.
«Vejam lá, que o merdas até mudou de penteado e comprou óculos redondos cor pele de tartaruga», continuou a mulher atrás do balcão.
Um dos clientes encostado ao balcão deu a novidade de que o tipo ainda não usara da palavra nos Passos Perdidos. Estava lá apenas a para fazer parte do coro dos "muito bem", assim que alguém acabava de falar, e bater palmas, claro.
«Faz cá tanta falta como a fome!» Insistiu a dona do café.
Entretanto nós saímos, com a sensação de que a conversa estava longe de ter acabado.
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Ainda está a treinar!
ResponderEliminarAbraço
Claro.
EliminarMas o título tanto serve para o deputado como para a dona do café, Rosa. :)
Tal e qual, Luís!
Eliminar