terça-feira, junho 11, 2024

A tentação de erguer muros...


O Ginjal está longe de ser "uma terra de ninguém", mesmo assim tem sido um espaço fértil em ocupações, de imigrantes de mais de uma nacionalidade. Um dos barrações, onde esteve alojado o Clube Náutico de Almada foi ocupado por "pseudo-artistas", que andam ao "lixo" pelas ruas da cidade, provavelmente quando esta dorme e criaram uma espécie de "quermesse", com livros, quadros, fotografias e mil e uma bugigangas, que devem vender à melhor oferta.

Só entrei naquele espaço logo no início, quando ainda estava aberto e eles ocupavam um espaço mais recatado. Pouco tempo depois começaram a colocar madeiras nas janelas e portas improvisadas, tornando o que era aparentemente público (abandonado, mesmo com donos...) em privado. Nunca liguei muito a este comportamento, que é mais normal do que parece. Quem ocupa, tenta tornar esses espaços seus...

Mas o que estranhei foi terem erguido agora, um muro em cimento, num espaço antes aberto (será para terem também o seu quintal "reservado"?)... 

Pois é... Mesmo quem vive às vezes preso entre muros, por muito que clame pela liberdade, assim que pode, faz também o seu murozito de estimação...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


4 comentários:

  1. Lembrar-se ele que no liceu dividiu orações e outros atropelos gramaticais.
    A esse crime nos obrigaram, - e ficará por saber quantos ainda não querem saber de Camões e quantos não mais quiseram saber de poesias… - e a ordem expressa que não deveríamos ler o canto X de «Os Lusíadas» porque era chocante o que nele se lia.
    Jorge de Sena, o mais competente estudioso de Luís de Camões, insinua se os frades, e outros que tais, não alteraram, antes da publicação de «Os Lusíadas», outras falas desse majestoso e genial livro.
    A Luís de Camões transformaram-no em porta-voz da Fé e do Império.
    E ainda hoje encontramos sequelas desse obsoleto e patético «espírito». Os saudosos do salazarismo conseguiram ontem, na Assembleia da República, colocar a comemoração oficial do 25 de Novembro de 1975. Não viveram a História, e são meros pobres ignorantes de tudo o que o 25 de Abril foi e nos trouxe. Aquele Novembro, como escreveu Maria Velho da Costa , ESSE, DIA NÃO!, e apenas terá que ser tratado como um episódio dos caminhos de Abril. Como o 28 de Setembro, o 16 de Março...

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    1. Mas eles não conseguiram, nem nunca conseguirão, aproximar o Novembro de Abril, até por não existirem flores, Sammy.

      (até o CDS já meteu a viola no saco e deixou o Chega sozinho, a querer mais um feriado...)

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  2. Entendo o seu ponto de vista, mas falta-lhe informação.
    Sem querer influencia negativamente o olhar das pessoas sobre os que habitam no local e isso é matéria sensível.
    O muro foi construído por ordem da empresa Tejal- Empreendimentos Imobiliários, Lda, no seguimento da notificação (ofícios nº S/2051/2024,S/2047/2024, S/2049/2024, de 20/03/2024, emitida pelo Serviço Municipal de Protecção Civil da Câmara Municipal de Almada.

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    1. (Por norma não respondo a anónimos. E só os publico quando comentam o texto publicado)

      Abro uma excepção por ser um tema demasiado pertinente. A construção do muro adianta alguma coisa naquele lugar? Só se é para o lixo ficar escondido...

      É apenas mais um "tapa-olhos", tal como as placas nas paredes, ou as vedações colocadas em lugares perigosos. Não adiantam nem mudam nada.

      Também não percebo qual é a matéria sensível sobre quem ocupa vários lugares no Ginjal, inclusive a habitação da última família que ali vivia...). É mais fácil "fechar os olhos". Foi sempre...

      Aliás, é o que se faz em Lisboa, em que muitos jardins se tornaram "parques de campismo", mas sem qualquer tipo de condições higiénicas...

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