Talvez sejamos estúpidos, sim, pelo menos aqueles que alguma vez acreditaram ou acreditam no socialismo (como eu...). Mas continuava com muitas dúvidas de que só em situações limites (talvez seja o que se passa hoje em Gaza e na Ucrânia, talvez...), é que as pessoas percebem que precisam umas das outras e lutam pelo colectivo. Se fosse assim, tanta gente por esse mundo fora que morria de fome e de frio, nestes tempos difíceis...
Ele continuava a querer vender a sua "bisnaga"...
«Não é por acaso, que inventamos coisas para vivermos isolados, para dependermos cada vez menos do outro, para pudermos fazer o que nos dá na real gana, para sermos cada vez mais egoístas e individualistas.»
Não satisfeito ainda foi capaz de dizer: «Nem mesmo o sem abrigo ali da esquina pensa numa sociedade mais justa e igualitária. Ele quer é sobreviver um dia de cada vez, borrifando-se para os outros.»
Não imaginava que estava a deitar por terra o discurso, que uma boa parte das pessoas vão para a rua, por serem incapazes de continuar a viver numa sociedade altamente competitiva e individualista, que os destrói por dentro e por fora...
Consegui não responder. Cada vez respondo menos a provocações que são de tal forma extremadas, que não merecem sequer que se perca tempo com elas.
Mas sabia, que se olhasse com crueza para o mundo, mesmo que soubesse que as coisas não eram bem assim, para lá caminhavam, com a nossa complacência e habitual abanar de ombros...
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
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