Tudo isto para dizer que continuo a pensar o mesmo sobre a nossa justiça e os seus "justiceiros", desde que um ex-primeiro ministro foi preso em directo no aeroporto. E hoje foi um dia em cheio para o ministério público, para a polícia judiciária, para os juízes, para as televisões e para os muitos "especialistas" em justiça. Ao mesmo tempo que a "corrupção" chegou à Madeira, Sócrates voltou a ser "corrupto" (tal como mais duas ou três figurinhas).
Não tenho nada contra, mas preferia mais acção de verdade (uma justiça mais certeira e mais recatada) e menos ficção (com a passagem de menos "filmes" na televisão...). Ou seja, que todos estes "bandidos" fossem realmente condenados pela justiça e não pelas televisões, pelas rádios e pelos jornais.
Estou cansado de julgamentos populares, que não passam disso mesmo, com a justiça a não funcionar, já que os processos duram anos e anos e os "condenados" permanecem em liberdade, quase sempre sem prescindir (e sem que lhes sejam retirados) dos pequenos e grande luxos da chamada alta sociedade.
E também finjo que não percebo porque razão é que existem tantas "acções justiceiras" rente às eleições.
A primeira palavra que me ocorre é mesmo, "vergonha". É uma vergonha o que vai acontecendo, tanto para a justiça como para o jornalismo. Assuntos que deviam ser tratados com seriedade e sobriedade, ficam-se pela farsa, pela comédia e pela tragédia, para depois caírem no esquecimento.
Nunca entendi (nem vou entender) esta vontade da justiça em ser notícia, de preferência em directo, deixando para segundo plano a sua verdadeira função: ser justa e eficiente.
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Subscrevo na totalidade mas não sei se não haverá mãozinha especial para desencantar a corrupção na Madeira e o caso Marquês que se arrasta há 10 anos.
ResponderEliminarO contexto temporal é o ideal!
Abraço
Tem de haver, de parte a parte, Rosa.
EliminarCheira a eleições e um tipo do ministério público com simpatia pelo PSD traz um socialista para a ribalta, um outro do PS não acha piada e vinga-se, escolhendo com alvo alguém da direita... E não saímos disto, porque depois, o normal é estas coisas não "darem em nada"...
Mas é triste, feio e cobarde.