Mas fez-me alguma confusão, que o neto não estivesse a par de tantas coisas que o avô Fernando fez. Não devia, até porque nessa altura ele andava a viver a vida dele, e fazia muito bem.
Lembrei-me que cá por casa os meus filhos interessam-se pouco pelo que escrevo. Poderá ser pelo facto de ser um "escritor de meia tijela", mas acho que não. Tem mais a ver com a proximidade que existe desde sempre, olham para mim como pai e não como alguém que escreve. E ainda bem, sempre apostei mais nessa vertente. Prefiro ser aquele os educou do que alguém que se "esqueceu deles" para ser outras coisas...
As palavras são uma coisa... queria escrever uma coisa e já estou a escrever outra.
Queria falar da maravilha que é, alguém juntar a qualidade de contador de histórias (daqueles bons, que nos prendem com "a magia das palavras"...), com a de fazedores de livros, como aconteceu com o Fernando e também com o Romeu Correia. É raro conseguirmos juntar estes dois talentos. Eles conseguiram...
E eu fiquei a pensar que se tivesse um avô contador de histórias (e tive, mas como era analfabeto, não havia qualquer possibilidade de escrever as histórias que contava...), talvez me preocupasse pouco com os seus livros, bastava tudo o que ele ia dizendo, quando estávamos juntos.
Talvez...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Felizmente o meu avô paterno passou as suas histórias para o jornal da terra, assim como alguns dos meus tios e até eu! :))
ResponderEliminarAbraço
Boa!
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