terça-feira, fevereiro 21, 2023

Mudar o nome às coisas, apenas porque sim...


Este título é enganador, porque ninguém muda o nome às coisas apenas porque sim. Pelo menos aqueles de quem quero falar: os presidentes de qualquer coisa, que até pode ser apenas da junta de freguesia ou do clube de chinquilho com cerveja e vinhos de várias cores.

Muitos políticos poderiam mesmo dizer, no dia das inaugurações ou da mudança de placas, "eu te baptizo, em nome da minha vaidade e fingimento" (sim, finge-se muito que se muda, quando apenas se altera o nome disto ou daquilo...). O desconhecimento da história e da identidade local  faz com que em muitas dessas mudanças se "roube" alguma coisa ao passado, sem que se dê ou acrescente algo ao presente e ao futuro.

Claro que nem sempre esta ânsia de protagonismo e de querer ficar na história, é bem sucedida. O melhor exemplo são os largos e ruas que já tiveram quatro ou cinco donos e mesmo assim, nenhum se consegue agarrar ao espaço. A maior parte das vezes a simplicidade vence... 

É por isso que o Largo de Cacilhas, será sempre o Largo de Cacilhas, mesmo que se goste da história de resistência do Alex Dinis ou se pense que o Costa Pinto nunca de lá devia ter saído...

Já quase no final do texto, lembrei-me de um certo político (ainda bem que não sou bom em nomes e não faço ideia se o sujeito era josé ou manuel...), que foi presidente de câmara em Elvas e "baptizou" quase tudo que tinha alguma relevância local com o seu nome. 

Será que a sua "vaidade" tem resistido ao tempo? Gostaria muito que não, mas todos sabemos que no nosso país não é muito difícil o impossível ser possível...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


4 comentários:

  1. Bom dia
    Podem me chamar o que quiserem mas nunca estive de acordo em mudar o nome da ponte Salazar .
    Uma das muitas .

    JR

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    1. Percebo a mudança do nome dos políticos, porque muitas vezes há um grande aproveitamento de quem está no poder (o autarca de Elvas é um bom exemplo...), Joaquim.

      Já não percebo é quando de trata de alguém que desenvolveu trabalho meritório na sua terra...

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  2. Todos os dias por aqui passa, sempre se lhe oferece escrever uma, duas palavras mas nem sempre acontecem, porque os comentários que pensa escrever tornam-se palavrosos e, por vezes, pouco coincidentes com o texto em apreço.
    Mas hoje não pode fugir porque a fotografia remete-o para tempos antigos em que, nascido em Lisboa, sempre gostou de Cacilhas e esta fotografia do Farol, agora tão diferente, - uma Lisboa em fundo remetendo para a querta-feira de cinzas que hoje acontece - remete-o para lembranças/saudades quando, aos domingos, ia almoçar àqueles tão populares restaurantes do Ginjal com, como dizia José Quitério, com a beleza de comer uma caldeirada de peixe olhando as fragatas no Tejo. Lembra-se que o que mais frequentava era o «Grande Elias» e vem à memória, quando se pediam os cafés, a frase de um dos empregados: «e um anizinho para as senhoras e um bagacinho para os cavalheiros».
    Apenas podia dizer: «bonita fotografia», como todas as que aqui são colocadas, mas, como disse, é um palavroso.


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    1. Essa Cacilhas já não existe, Sammy. Agora todos querem explorar até ao tutano a "teta" do turismo: as refeições perderam qualidade e aumentaram o preço, Sammy...

      Sei do que falo. Depois de ter apanhado três barretes seguidos, prometi não voltar a almoçar ou jantar na rua Cândido dos Reis, em Cacilhas.

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