O tempo não tem ajudado muito, muito menos este vírus, que se vai "transvestindo" e continua a atacar pela calada do dia (a noite agora não é de ninguém...). Eu pelo menos não me sinto confortável a fazer sala no interior dos cafés, prefiro as esplanadas, que dificilmente sobrevivem à chuva e ao frio invernosos...
Mas quando o Sol aparece, os rostos mudam logo de semblante...
O Jorge estava mais nostálgico que o costume e fazia "contas à vida". Meio a sério meio a brincar, disse que só não começava a escrever as "memórias", porque ainda não tinha chegado aos 65 anos. Acrescentou que de há uns tempos para cá, era visitado com alguma frequência por algumas pessoas que conhecera e episódios que vivera... ao ponto de ter começado a registar, num pequeno caderno, coisas que achava que valiam a pena ficar escritas.
O Manuel disse que ele fazia muito bem em escrever sobre as pessoas e a sua vidinha, mas sem estar preso a "convenções parvas", acabando mesmo por dizer: «Deixa-te de mitologias. Não há, nem nunca houve, uma idade certa para escreveres o que te apetecer.»
Claro que o Manuel estava a aligeirar a questão. Só depois dos cinquenta é que a memória se começa a tornar mais nítida, começamos a olhar para o que vivemos de outra forma. O que falta muitas vezes é vontade (sem esquecer a arte e engenho...) de as colocar no papel...
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
Boa tarde
ResponderEliminarAl ler esta publicação, não pude deixar de pensar numa série de poemas ou rimas como eu lhe chamo pois de poeta não tenho nada . É que apenas alguns familiares e amigos são sabedores destas minhas habilidades . Como também já estou quase nos 65 talvez um dia destes pense em fazer algo que possa dar mais conhecimento sobre esses meus feitos.
JR
O Manuel está certo, Joaquim.
EliminarNão esteja à espera dos "65". :)
Aos poucos fui perdendo a vontade de escrever, praticamente não tenho nada de interessante a dizer.
ResponderEliminarConversas em esplanadas não fazem parte deste meu tempo cada vez mais recolhida. A pandemia, a dispersão numa terra que passou de uma esplanada para várias dezenas e o frio também não ajudam.
Abraço
Mas o isolamento é terrível, Rosa.
EliminarEspero que pelo menos continues a ler livros. :)