Apesar de ter de andar sempre vestido com uma bata demasiado quente para este Verão (não tem nada a ver com a que usava, branca, quase de médico...), de luvas e de máscara, e de passar o tempo a desinfectar os instrumentos que usa e a cadeira, o meu barbeiro confidenciou-me que há algo que vai manter, quando os tempos mudarem: a marcação de cortes de cabelo.
As marcações permitem-lhe ser dono do seu tempo. Até pode fazer "gazeta", se lhe apetecer...
Um dos empregados do restaurante que frequentava mais em Almada, desabafou que é chato andar de máscara, mas nunca mais foi preciso andar a correr de mesa em mesa, quase a "toque de caixa", ao mesmo tempo que sentia "zunirem" rente aos ouvidos os gritos da clientela, quase em simultâneo, a pedir vinho, pão, sobremesa, um guardanapo ou a conta. O patrão não deve dizer o mesmo, pois não voltou a ver a "casa cheia"...
Pois é, as vontades da classe operária, raramente coincidem com o patronato...
Pois é, as vontades da classe operária, raramente coincidem com o patronato...
O Manel da mercearia próxima da minha casa, nunca teve tantos clientes como desde a pandemia. E a multiplicação do dinheiro em caixa ajuda a ultrapassar todas as outras chatices...
E eu digo: «Tentamos olhar sempre para o melhor lado do pano, ou seja, o lado com menos "nódoas".»
(Fotografia de Luís Eme - Aveiro)
Os optimistas sim, os pessimistas não!
ResponderEliminarAbraço
É verdade, Rosa. :)
EliminarÉ verdade Luis!
ResponderEliminarIsto que estamos a passar também trouxe algumas vantagens, menos ruído e mais sossego é uma delas!
O meu receio é de haver pessoal que de alguma forma esteja a acomodar-se e a aproveitar a desculpa pandémica para tudo!
Isso já está a acontecer, Micaela.
EliminarQuem não gosta de fazer nada vai demorar mais tempo a ganhar "ritmo"...