Natal à Beira-Rio
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o menino nascia a bordo de um navio
que ficava, no cais, à noite iluminado...
É noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem se perdeu na terra.
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem agora conduzir-me
à Beira deste cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
David Mourão-Ferreira
(Fotografia de Luís Eme)
Olá:- Sem dúvida uma foto deslumbrante, O Poema é de um fascínio maravilhoso. Amei.
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Votos de feliz continuação de boas festas
..
*** Abraços de Saudade ... Amor que chega ***
David Mourão-Ferreira é um dos nossos grandes poetas, Gil. :)
EliminarNão conhecia este poema do David Mourão Ferreira.
ResponderEliminarEspero que o seu Natal lhe tenha trazido a magia dos natais da sua infância.
Abraço
Essa magia já não volta, Elvira, mas foi um bom Natal. :)
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