Ontem comprei o "Público" apenas pela notícia sobre a Fundação Mário Soares, que embora tenha feito um trabalho notável na preservação da história do século XX no nosso país, também tem sido vítima do muito que se diz de negativo destas instituições.
Como é hábito no nosso país, as pessoas gostam de falar (e criticar...) sobre o que não sabem, mesmo as "inteligências pardas" que comentam sobre tudo e mais alguma coisa, na televisão. Misturam dinheiros com partidos, levantam suspeitas sobre pessoas, e nem se preocupam em saber o mais importante: qual tem sido o verdadeiro papel de instituições como a Fundação Mário Soares na nossa sociedade.
A Fundação recebeu e organizou nos últimos anos dezenas de espólios, de gente com história, ligada à política e à cultura do nosso país (uma parte significativa dos documentos já estão digitalizados e disponíveis para consulta online...). Trata-se de uma trabalho, que não deve ser feito em regime de voluntariado, até por exigir conhecimentos e gentes com formação superior (historiadores e arquivistas) no seu tratamento.
A morte de Mário Soares fez com que os subsídios começassem a ser reduzidos (alguns drasticamente, o exemplo da Fundação EDP é sintomático, passagem de 75 mil euros para 7 mil...), provocando a dispensa de vários colaboradores e o aparecimento de prejuízos, que só no ano passado quase que chegaram aos 400 mil euros...
O mais curioso (e negativo, na nossa opinião, embora se deva a uma questão de sobrevivência...) é a proposta defendida pela actual direcção da Fundação, que quer que a Instituição guarde apenas o arquivo pessoal de Mário Soares e de mais dois ou três amigos próximos. Proposta que implica a saída de quase todos os arquivos à sua guarda de grandes personalidades do século XX (da Primeira República ao 25 de Abril), que em princípio irão para a Torre do Tombo.
(Fotografia de Luís Eme)
É pena que a Fundação Mário Soares se veja obrigada a enviar parte do seu arquivo para a Torre do Tombo. Neste país dá-se pouca importância às fundações de âmbito histórico-cultural. E são cada vez mais raros os mecenas...
ResponderEliminarUma boa semana, Luís.
Um abraço.
São estes tempos, Graça, de memória cada vez mais curta...
Eliminar"Dinheiros, História e a Politiquices..." ("Fundação Mário Soares") - Gostei de tomar conhecimento desta curiosidade cultural, embora deva confessar que a Fundação Mario Soares me passa, um pouco,ao lado. Mário Soares,suscita-me grande respeito,quer como combatente pela Liberdade, bem como pelos altos cargos politicos que desempenhou. Esta seria a resposta que eu daria, fosse no: DN,TSF,SAPO24, CM/Jornal, JN,etc. Porque a comentar também se aprende. Saudações patrióticas. fl Francisco Laranjeira
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É verdade, Francisco Laranjeira. :)
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