Estávamos a falar de cinema, de "O Livro de Imagem", de Jean-Luc Godard e do bom que era encontrarmos-nos para conversarmos sobre o que parece interessar cada vez a menos pessoas, quando fomos interrompidos por uns "meliantes" que ocuparam as mesas ao lado e davam mostras de ter bebido mais que a conta, mesmo que ainda estivéssemos na hora de almoço.
Nós falávamos de cinema e eles aparentemente de circo. Apontavam o dedo a uns tipos com artes de "fantoches" e "palhaços", ausentes, ao mesmo tempo que assumiam o seu papel de "ursos" e "camelos" (palavras deles), no palco da vida...
Olhámos uns para os outros e passámos quase a falar com sinais, sem condições de nos ouvirmos, tal era a "festa" alheia. Esperámos que aquela "vaga" despachasse os cafés e águas ardentes e continuasse a sua marcha.
E depois ficámos pelo "circo", já não conseguimos voltar ao "Livro" de Godard...
(Fotografia de Luís Eme)
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