Não deixa de ser curioso o que as pessoas fazem com as memórias.
Para algumas pessoas, as más são para esconder em qualquer baú, que existe algures dentro de nós. Se puderem dão preferência às coisas boas, porque sabem que os dias felizes são bem melhores que os outros...
Para algumas pessoas, as más são para esconder em qualquer baú, que existe algures dentro de nós. Se puderem dão preferência às coisas boas, porque sabem que os dias felizes são bem melhores que os outros...
Embora isto tanto possa acontecer, voluntária como involuntariamente. Sim, podemos ser nós a querer esconder os passados maus (o que nem sempre se consegue com sucesso...), ou pode ser a própria memória a trocar-nos as voltas...
Lembrei-me disto quando um grupo de octagenários me falaram da "fome" que os perseguiu durante a infância, enquanto a Europa se "autodestruia" na Segunda Guerra Mundial.
Falaram desses tempos sem qualquer problema, cientes, de que há coisas na vida que não são para esquecer...
Recordaram com emoção o senhor Oliveira, que andava pela Vila de Almada a distribuir pão, com um pequeno carrinho (quase em jeito de "caixa de pão"), pelos lares dos sócios da Cooperativa Almadense (era praticamente toda a gente, porque a "caderneta" permitia pagar tudo no final do mês, mesmo nos meses que tinham mais de trinta dias...). Com ele havia pão para todos, sabia que o pão não se negava a ninguém...
(Fotografia de Luís Eme)
Recordamos as dificuldades de outros tempos com o mesmo tom com que falaríamos de um filme visto há muitos anos. Porque o tempo ameniza o sofrimento.
ResponderEliminarAmigo peço desculpa, reduzi drasticamente o tempo no pc por causa dos olhos. Até as duas últimas novelas que postei foram reedições. Vou ser operada dia 10 ao olho direito ao esquerdo não sei ainda a data.
Abraço
Mas há quem as tente esquecer, Elvira. E não fale delas...
EliminarNão entrámos na guerra mas a guerra entrou em nós com as suas consequências que não deixaram de ser sentidas.
ResponderEliminarTudo era racionado, era o tempo da candonga.
Ouvi muitas histórias à lareira dos meus avós que felizmente tinham trigo e milho para toda a família, quando se fazia fila à porta das padarias!
Abraço
É verdade, travámos outra guerra, menos sangrenta, mas não menos dolorosa, Rosa...
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