Todos nós sabemos coisas sobre os outros que se ficam pelas conversas entre amigos, nem sequer são para espalhar aos sete ventos, muito menos para serem soprados para jornais ou revistas. Pertencem a uma palavra que nos estão a querer roubar, de mil e uma maneira: a privacidade.
O problema é que a palavra privacidade não rima apenas com outra palavra, que ainda nos devia ser mais querida, a liberdade. Ambas têm um trajecto de vida em comum muito rico, mesmo que nem sempre se pense ou fale no assunto.
Poderia dar muitos exemplos, desde essa coisa ridícula que agora anda na moda, chamada "burquini", mas que não pode, nem deve ser proibida, muito menos no país da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", aos telemóveis e à internet, que começam a saber quase mais do que nós, ao ponto de conseguirem transmitir a terceiros não só a nossa localização, mas também a nossa ocupação...
Todas estas mudanças na sociedade só deveriam valorizar a tal palavra, privacidade, que cada vez tem menos espaço na nossa vida (pelas "invasões" a que nos deixamos submeter diariamente...). É por isso que não consigo entender que alguém que foi director de jornais possa escrever um livro em que o tema principal é a vida privada dos outros, neste caso particular, políticos. Quando se dirige um jornal vive-se num clima de "guerra diária", entre o que se pode ou não publicar. Questionam-se muitas coisas; se a notícia "tem pernas para andar", se as fontes são credíveis, se foi feito o "contraditório" (algo que parece já não se usar...), etc.
É por isso que só entendo que alguém publique um livro do género por duas razões: para ganhar dinheiro (sim, o livro vai vender muito, as pessoas que normalmente dizem que não o vão ler, são as primeiras a irem às livrarias e a levarem-no para casa, à procura das páginas mais escabrosas...) e para ser notícia de jornal. Como não acredite que o senhor esteja "falido", só pode mesmo querer ver a fotografia nos jornais e revistas e ser falado e comentado por milhões (mesmo que seja da pior maneira...) nas redes sociais.
(Fotografia de autor desconhecido)
Talvez pelo prazer que lhe dá que saibam que ele sabe coisas que outras pessoas não queriam que outros soubessem. A sensação de poder pode ser muito perniciosa.
ResponderEliminarÉ uma possibilidade, Carla.
Eliminarconcordo Luís. neste caso acho que é mesmo para ter "público"
ResponderEliminarSim, há quem goste (e precise) de holofotes, que se sinta melhor do que é, Laura
EliminarÉ de uma enorme falta de respeito devassar a privacidade alheia.
ResponderEliminarLuís, quanto ao livro, tenho-me questionado se os visados ou as famílias, no caso de não estarem vivos, não levantam questões... Tratar-se-á de assuntos privados?
Sem dúvida, Isabel.
EliminarTalvez lhe metam uns processos, mas como a nossa justiça funciona... daqui a dez anos resolvem a contenda.
A imagem é soberba!!!
ResponderEliminarQuanto ao senhor Saraiva, uma vergonha sem tamanho!!! Só lhe digo que não vai ganhar nem um cêntimo à minha conta...
Beijinho.
O problema são os outros, aqueles que já devem ter esgotado a primeira edição, Graça...
EliminarPode ter a certeza que não vou gastar nem dinheiro nem tempo com tal livro.
ResponderEliminarMuito bonita a imagem.
Um abraço e bom Domingo
Este caso é só um exemplo da confusão destes tempos, em que parece que vale tudo, Elvira.
EliminarNão se respeita o próximo nem a justiça funciona...