quarta-feira, setembro 14, 2016

O Café as Frases Bonitas e a Vidinha...


Ontem, depois do almoço, bebi café em Almada num espaço agradável, remodelado há pouco tempo.

As paredes estão decoradas com retratos pintados a preto e branco de actores e actrizes da sétima arte. Mas o mais curioso foi terem colocado atrás do balcão um quadro gigante, preto, cheio de frases, aparentemente sábias, escritas a giz, da autoria de gente famosa, com destaque para o nosso Fernando, que também quis ser Alberto, Álvaro, Bernardo e Ricardo.

Quando comecei a ler o nome dos autores, conhecedor das histórias de vida de quase todos eles, questionei-me pela primeira vez sobre o valor real daquelas palavras. 

É sempre mais fácil atirar "bitaites" que viver... isso talvez explique as razões de quase todos aqueles "pensadores" terem sido pessoas infelizes, acabando geralmente mal...

(Fotografia de Alexander Khokhlov)

4 comentários:

  1. Luís, o valor real das palavras?
    Não creio que alguém te saiba responder... Mas o valor das palavras não é relativo?
    Às vezes espantamo-nos sobre o facto de palavras aparentemente simples terem tanto impacto em certas pessoas que dizem sentir assim... Noutras situações, damos conta de palavras tão bem estudadas que não mexeram com grande coisa.

    E já pensaste que se aquelas pessoas fossem felizes (o que só podemos adivinhar pelo desfecho), provavelmente não teriam escrito assim?
    No caso da poesia, não se alimentará mais da tristeza que da alegria?

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    1. Não creio que o valor das palavras seja relativo, nós é que as relativizamos, Isabel. :)

      Sim, já pensei e sei que é verdade o que dizes, é no meio da solidão e da infelicidade que se escrevem os melhores livros e se dizem as melhores frases...

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  2. Olá, Luís,

    Penso que, no que diz, está implícita a ideia de que para escrever algo temos de ser o exemplo (pedagógico) desse algo. Não creio que tenha de ser assim, embora prefira, sem dúvida, quando existe coerência entre o dizer, o fazer e o ser.

    Cumprimentos,
    Marcelo Melo

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    1. Não quis ter uma atitude "moralista", Marcelo.

      Foi mais uma constatação, estar a beber café, a ler as frases e pensar.

      Nem penso que seja necessária coerência entre o escrever e o viver. Há ideias que surgem do nada, quase que nos sentimos meros transmissores.:)

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