A história de Almada saltou para cima da mesa do café (tal como tem acontecido tantas vezes...) e na defesa dos meus pontos de vista e da história local, acabei por de alguma forma chamar mentiroso a um dos meus companheiros de "tertúlia". Sei que era mais simples ter dito que a verdade não era bem assim, mas em algumas coisas sou demasiado intransigente.
A minha experiência - primeiro como jornalista e depois como historiador - de quase três décadas, faz com que apanhe um "mentiroso" com relativa facilidade. Basta fazer duas ou três perguntas sobre o mesmo tema, para encontrar contradições. Ou estão estar a par dos factos (o que aconteceu...).
É por isso que sempre que quero saber coisas do passado, recorro normalmente a duas ou três fontes, que são de uma honestidade rara.
Claro que quem "mete os pés pelas mãos" nem sempre o faz por mal. A passagem do tempo faz com que muitas pessoas não tenham a noção de que já se passaram décadas e décadas sobre determinado acontecimento, é isso faz com que se enganem com relativa facilidade na data, e por vezes até do local. Mas pior são mesmo as pessoas que gostam de se meter dentro da história. Fala-se sobre determinado acontecimento e a primeira coisa que dizem é, «eu estive lá», quando lhes era impossível estarem presentes fisicamente, por serem demasiado pequenos, por residirem noutra cidade ou até por ainda não serem nascidos...
Eu sei que por vezes é difícil resistir à tentação, de ficarmos na história, mesmo que esta nos tenha passado ao lado. Espero ter sempre a lucidez suficiente para ser um autor e uma fonte credível...
(Fotografia de Luís Eme)
Penso que o engano das datas é compreensível. O querer ficar na história não. Eu gostaria imenso de ter estado em Lisboa no 25 de Abril. Mas tudo o que sei sobre o dia, sei-o por pesquisas, já que estava em Luanda.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo
Claro que é, Elvira. O tempo por todos nós a correr.
ResponderEliminarHá gente que quer ser importante, de qualquer forma...