Faço parte de um dos distritos com maior índice de desemprego e também com mais problemas sociais. Provavelmente por acolher cada vez mais gente que vive um dia de cada vez, que é obrigada a somar todos os cêntimos para conseguir o "milagre" da sobrevivência dos seus lares.
É por tudo isto que percebo a revolta e a violência de duas pessoas nas instalações da segurança social de Setúbal, que foram detidas pela PSP, por terem perdido a cabeça, depois de terem sido vitimas da incompetência dos serviços deste organismo e não receberam o RSI na data habitual. Quem finge que vive com menos de quatrocentos euros, com o qual alimenta a família, paga a luz, a água, a renda, entre outras despesas necessárias, se não receber esta "esmola", é evidente que será forçada a deixar de pagar as despesas obrigatórias e corre o risco de ser despejada de casa ou que lhe cortem a luz e a água e a não ter comer para dar aos filhos.
Quem é que não ficaria de cabeça perdida numa situação destas?
Não vou na conversa de "alcoviteira", de que toda a gente que recebe o rendimento mínimo pertence à malandragem e que não querem fazer nenhum, etc, etc. Acredito que a maioria está nesta situação de forma completamente involuntária e que não consegue arranjar nenhum tipo de emprego.
É por isso que lamento a "cegueira governamental", que quer resolver este problema com a ameaça de suspender o RSI a todas as pessoas que se manifestarem violentamente, sem perceber que isso só irá gerar ainda mais indignação e violência.
O óleo é de Andre Kohn.
realidades que doem...
ResponderEliminar:)
e acontecem cada vez mais, Piedade.
EliminarÉ o que penso também.
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