Num país onde cada vez se pratica menos o jornalismo de investigação (para não falar de outras coisas, pois as polícias praticamente só investigam as denúncias anónimas que recebem...), é bom existir um jornalista (José António Cerejo) e um jornal ("Público") que são capazes de andar meses a fio atrás do "onde, quando e (sobretudo) o porquê" da notícia, sem se preocuparem se o protagonista é o primeiro-ministro ou o presidente da república.
Ainda que o Cerejo seja bom a largas "bombas" e a "disparar" em todas as direcções, ele é sobretudo um grande jornalista.
Ao contrário de muitos juizes que querem ser o foco das notícias, aparecer na televisão, nos jornais, etc, como se os fossem "justiceiros de Lisboa" (aposto que até gostavam de ter uma série televisiva...), ele apenas quer que a sua notícia seja capa de jornal ou abra o telejornal. E felizmente tem o conseguido muitas vezes.
Declaração de interesses: não conheço o José António Cerejo de parte alguma, nunca falei com ele, nem sei se é gordo ou magro, velho ou novo (consegue ser mais discreto que muitos daqueles que também apenas devíamos conhecer de nome...). Sei apenas que é um dos melhores jornalistas do nosso país.
O óleo é de Heitor Chichorro.
Sem comentários:
Enviar um comentário