O ensino tem coisas do arco da velha.Embora as escolas estejam todas em ebulição, com os professores divididos e com uma boa parte dos alunos satisfeitos, por ter sido um ano com mais "folgas" do que as que esperariam no início do ano lectivo.
Por continuarem a ouvir a palavra "respeito" ou slogans revolucionários como os de que "a luta continua", com insistência, pressentem que o próximo ano vai ser também de alguma "folgas". E ficam tudo menos tristes. O estarem melhor ou pior preparados para os estudos superiores, é coisa que fica para depois.
Quase que ia escrever "malditas palavras", mas elas são tudo menos isso, porque estes dois parágrafos já estão aqui a mais, mas começo a escrever e as palavras quase que se "atropelam".
Tinha pensado falar de outra coisa, de "Arte Bruta" (entre nós finge-se que não existe...), mas vai ficar para depois. Depois de um telefonema bastante elucidativo com um dos meus amigos pintores, fiquei mais esclarecido sobre este género artístico.
Finalmente, vou falar do que queria. Das tais coisas do arco da velha do ensino...
Depois de descobrir uma reportagem na RTP2 sobre "Arte Bruta" (vou vê-lo completo, daqui a pouco), no intervalo do jogo pobrezinho da selecção, pensei na minha entrada para o ciclo preparatório, de como me "roubaram" a criatividade. Eu que sempre gostara de desenhar (muito graças à mãe que me comprava cadernos lisos para eu riscar, quando ainda não sabia ler...), de repente vi-me preso a uma disciplina de régua e esquadro e fui deixando os rabiscos para depois...
Tudo isto para dizer que a escola dá-nos muitas coisas, mas também nos tira outras.
Pois é, essa coisa "do mundo perfeito". como todos sabemos, não passa de uma ilusão...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)